Ciclista atropelado há quatro dias tenta conseguir imagens para registrar B.O.

O motorista da caminhonete que atingiu a vítima fugiu após o ocorrido, sem prestar socorro

Escrito por Redação ,

Pelo menos três vezes por semana, o empresário Daniel Elias praticava ciclismo para amenizar o estresse ocasionado pela intensa rotina de trabalho. Na semana passada, o momento de lazer não terminou como planejado: ele foi atropelado por uma caminhonete, na Avenida Barão de Studart, no fim da tarde da última sexta-feira (2), quando tentava fazer um retorno. Após o fato, o condutor do veículo fugiu sem prestar socorro. 

Com ferimentos graves devido ao impacto que sofreu, Daniel Elias conta que ia fazer o retorno quando viu uma pedestre e um buraco na via. “Senti o empurrão atrás de mim”, lembra, afirmando que tornou os sentidos 10 minutos após o ocorrido. “Eu estava no chão e um casal estava me ajudando”. 

O empresário conta ainda que, ao se depararem com a quantidade de sangue que saia dos ferimentos, as pessoas que estavam próximas começaram a dizer que ele ia morrer. “Cheguei a pedir socorro, mas a minha esposa chegou primeiro. Eu não esperei a ambulância porque achei que ia demorar. Fui a um hospital particular. Chegando lá, me disseram que o meu caso só poderia ser tratado no Instituto Doutor José Frota (IJF)”, assegura

Passados quatro dias do acidente, o ciclista ainda tenta conseguir imagens de câmeras de videomonitoramento dos prédios e estabelecimentos próximos ao local, para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O) e dar entrada no Seguro DPVAT. No entanto, as imagens só são fornecidas com um pedido da polícia. Daniel Elias afirma, ainda, que foi em duas delegacias para tentar registrar o B.O, mas foi informado de que o procedimento deveria ser feito na Delegacia de Acidentes e Delitos de Trânsito (DADT) e ele tinha que procurar, antes, a Perícia Forense (Pefoce). "Eu preciso saber o que aconteceu, se eu tenho direito ao Seguro DPVAT, e o porquê de tanta falta de informação. Chegamos em uma delegacia e nos mandam para outra. Isso dificulta muito", reclama.

Procedimento correto

De acordo com o titular da DADT, Rodrigues Júnior, o empresário poderia ter registrado a queixa em qualquer outra unidade policial. “Lá deve ser lavrado o procedimento referente ao crime ocorrido. Só me pareceu estranho ele ter sido orientado ir na Pefoce, porque isso é o inverso do que nós realizamos”, argumentou. 

Rodrigues Júnior orienta, ainda, que os acidentados procurem todos os órgãos competentes para conseguirem o Seguro DPVAT. “O médico pode mencionar o tipo de lesão, mas não vai garantir se foi acidente de trânsito, já que ele não estava lá”, finaliza.

Conforme dados fornecidos pela Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, Fortaleza ocupa o segundo lugar entre as capitais que mais registraram acidentes de trânsito em 2017, ficando atrás de São Paulo. Foram contabilizadas 3.908 ocorrências no ano passado na Capital. Destes, 79% dos casos resultaram em invalidez; 15% em despesas médicas; e 5% em morte. 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.