Cerca de 340 motocicletas são apreendidas por mês em Fortaleza

Média leva em conta ações itinerantes e da Lei Seca durante os seis primeiros meses deste ano. Especialistas alertam para o uso incorreto de equipamentos de segurança no trânsito, como o capacete

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br
Legenda: Especialistas alertam para o ausência ou uso incorreto de equipamentos de segurança no trânsito, como o capacete
Foto: FOTO: THIAGO GADELHA

As multas elevadas e a dor de cabeça para recuperar o veículo ainda não são suficientes para convencer muitos condutores que circulam irregularmente na Capital. Um dos agravantes é a ingestão de bebida alcoólica que antecede os trajetos. Entre janeiro e junho de 2019, a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) removeu 2.036 motocicletas das ruas, durante 24.292 abordagens em ações itinerantes e da Lei Seca em Fortaleza. A média é de, aproximadamente, 340 motos apreendidas por mês no período.

O levantamento realizado pela Prefeitura de Fortaleza também abordou as mortes no trânsito. No geral, 45,6% das vítimas são motociclistas. Como perfil, a maioria são homens (83,2%), da faixa etária de 30 a 59 anos. Em 2018, foram registrados 226 óbitos decorrentes de acidentes.

As irregularidades, que podem acarretar em consequências graves, estão relacionadas à baixa qualidade da formação dos motoristas. A análise é do coordenador de fiscalização da Bloomberg Philanthropies, André Correia. “É preciso que a gente invista mais no treinamento e na formação daqueles condutores que estão saindo hoje das autoescolas. O motociclista não tem noção dos perigos, da legislação”, ressalta.

Correia destaca que há muitas negligências envolvendo o capacete. Ele ressalta que não basta apenas utilizar o equipamento, mas afivelar a proteção corretamente no pescoço. “Estudos comprovam que o uso do capacete reduz em 40% o risco de morte e em 70% lesões graves”, explica o coordenador.

Formação

Para o educador de trânsito Fábio Alan, as instruções são repassadas para os futuros condutores, mas é preciso rever as metodologias de aprendizagem e do exame para a habilitação. “A gente orienta a conhecer a moto, usar sempre os equipamentos obrigatórios e tentar respeitar as leis”. Por conta do calor, explica Fábio, o capacete é ignorado. “Essa checagem prévia tem de acontecer”, frisa .

Já o especialista da Bloomberg Philanthropies, André Correia, defende que os caminhos para um trânsito seguro passam por registros de locais, horários e veículos envolvidos em acidentes. “A fiscalização de trânsito hoje, em Fortaleza, precisa ser orientada por dados estatísticos. Aí, a gente consegue focar exatamente naquele local com maior número de problemas”, destaca.

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