CE é o 2º do Nordeste em denúncias de médicos sobre falta de estrutura para enfrentamento à Covid-19

Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina reúne as principais reclamações do médicos brasileiros no combate a pandemia do novo coronavírus

Escrito por Redação , metro@svm.com.br

No Ceará, foram registradas 118 denúncias feitas por médicos com relação às falhas na infraestrutura das unidades de saúde para atendimento dos pacientes com Covid-19, no Conselho Federal de Medicina (CFM). O Estado marca o 2º lugar do Nordeste entre os estados com maior número de reclamações dos profissionais sobre as condições de proteção e capacidade de atendimento.

O Estado ficou atrás somente da Bahia (161) e na frente de estados como Pernambuco (115), Rio Grande do Norte (66), e Paraíba (51). O Nordeste soma 611 relatos, correspondente a 28% do total do país, de reclamações dos médicos quanto à estrutura para o enfrentamento à Covid-19.

Fortaleza reúne o maior número de reclamações com 73 relatos de médicos sobre dificuldades estruturais no combate ao novo coronavírus no Ceará. Sobral (5) e Fortim (3), no norte do Estado, e Horizonte (3) e Itaitinga (3), na Região Metropolitana de Fortaleza, aparecem em seguida na lista dos 29 municípios cearenses registrados no levantamento.

O Conselho de Medicina analisou as reclamações ligadas à falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), insumos, exames e medicamentos, recursos humanos (como enfermeiros, médicos e equipe de limpeza), material de higiene e logística de atendimento. O Sistema Verdes Mares solicitou a distribuição das denúncias feita no Ceará, mas essa informação não foi disponibilizada.

Já sobre a situação no Nordeste, o relatório analisa que as principais reclamações são sobre falta de EPIs (35,9%), insumos (21,1%), materiais de higiene (14,8%), recursos humanos (12,4%), dificuldades na triagem (10,8%) e carência de leitos (5%). Na Região, as denúncias partem 89% de unidades públicas, 8% privadas e 3% entre instituições filantrópicas e não identificadas.

Medidas

Sobre o assunto, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que adota os procedimentos para a proteção dos profissionais de saúde, com o fornecimento de EPIs, testes rápidos, apoio psicológico e vacina contra a gripe H1N1. Foi questionado, pela Secretaria, os dados do CFM por não especificarem "as informações que correspondem quanto ao equipamentos públicos ou privados" referentes ao Ceará.

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) também se posicionou sobre a pesquisa afirmando que o fornecimento de EPIs está regular no Estado. A Pasta ressaltou a compra de 270 toneladas dos produtos para atender as unidades hospitalares com referência no atendimento a casos de Covid-19 em todo o Estado. Já foram recebidas 90 toneladas de EPIs e uma nova remessa é esperada para a próxima semana.

Cenário nacional

O Ceará ficou na 5ª posição do número de denúncias que começa por São Paulo (472), Rio de Janeiro (245), Minas Gerais (189) e pela Bahia (161). Os menores registros foram feitos no Acre (4), Sergipe (4), Tocantins (12), Roraima (12) e Amapá (13).

Também foi apresentada a correlação entre o volume de queixas, quantidade de casos confirmados e número de óbitos relacionados ao novo coronavírus no período analisado, com dados obtidos até a última quarta-feira (13). Neste recorte, o Ceará somava 5% das denúncias, 10% das infecções (18.412) e 10% das mortes (1.189) do país.

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