Casos de síndromes respiratórias graves chegam a 17 mil no Ceará

Pacientes hospitalizados por SRAG no Estado passaram de 775, entre janeiro e junho de 2019, para 17.119 em igual período deste ano

Escrito por Mylena Gadelha , mylena.gadelha@svm.com.br

O número de casos registrados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o Ceará subiu de 775, entre janeiro e junho de 2019, para 17.119, levando em consideração o mesmo período dos seis meses neste ano. Contida no Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), divulgado no início da noite de ontem (10), a informação aponta o que teria sido um incremento de 2.108,0% na quantidade de casos notificados em solo cearense, além de reforçar a influência do avanço da Covid-19 nestes dados.

De acordo com a análise da Pasta, os registros de mortes por conta de SRAG, que é uma doença respiratória causada por vírus ou outros agentes virais, também apresentaram aumento considerável quando comparados os meses dos dois anos em questão. Se no ano passado, 94 dos casos evoluíram para óbito, em 2020 o número passou para 5.397. Em relação a números positivos, do total de 775 diagnosticados em 2019, 697 foram curados. Já em 2020, dos 17.119, 3.834 pacientes receberam alta médica.

Últimos meses

Um dos principais fatores que justificam o aumento, o SARS-CoV-2, nome científico usado para identificar o novo coronavírus, foi responsável por 6.890 casos do total dos investigados de SRAG neste ano, que somam 9.854. Dos restantes, 2.700 confirmações da síndrome não tiveram etiologia especificada, 109 foram de outros vírus respiratórios, 128 foram de Influenza e 29 causados por outros agentes. Enquanto isso, 7.265 casos do total apresentado pela Secretaria da Saúde ainda continuam sob investigação.

Para o infectologista Keny Colares, não há dúvidas de que o surgimento do novo vírus trouxe peso às estatísticas. "Houve um aumento absurdo que justamente indica esse fator do coronavírus. Pode acontecer, inclusive, que muitos casos de SRAG não sejam especificados como Covid por conta dos testes, que não são aplicados em todos os doentes", opina. Ele também explica que, por conta dos sintomas semelhantes a uma gripe, a nova doença pode receber, em alguns casos, o diagnóstico simplificado de SRAG.

Segundo o especialista, outra condição preocupante, o crescimento no número de mortes se evidencia no "potencial de maior letalidade do coronavírus em relação a doenças habituais como Influenza", por exemplo. "Mesmo que as outras doenças também registrem casos de evolução mais grave, já ficou claro o caráter de maior gravidade do vírus responsável pela Covid-19. Exatamente por isso, pode-se ver que ela apresenta uma taxa de falecimentos mais acentuada".

Situação

As informações disponibilizadas por meio da plataforma IntegraSUS, utilizada para reunir os dados da pandemia colhidos pela Secretaria, mostram que 71.947 casos de Covid-19 foram confirmados no Estado até o momento, com atualização feita no fim da tarde de quarta-feira (10). Ao todo, 4.519 óbitos foram contabilizados e 50.537 pacientes foram recuperados da doença nos municípios cearenses. Em Fortaleza, são 29.322 diagnósticos positivos e 2.714 óbitos.

Até a noite de ontem, em todo o Estado do Ceará, 165.674 exames foram feitos para diagnosticar os casos do novo coronavírus e 55.602 casos continuam sob investigação da Pasta. No momento, a taxa de letalidade da doença viral, segundo a plataforma IntegraSUS, é de 6,3%.

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