Ato-aula mobiliza manifestantes na Praia dos Crush para lembrar vítimas da Ditadura Militar

Segundo a organização do evento, o objetivo é resgatar a memória dos que sofreram com torturas e perseguição no regime militar

Escrito por Redação ,
Legenda: Ato envolve aulas, intervenções artísticas e depoimentos
Foto: Bárbara Câmara

No dia em que se completam 55 anos do início da Ditadura Militar no Brasil, um evento na Praia dos Crush, em Fortaleza, acontece, neste domingo (31), para relembrar o período. A iniciativa, denominada de ato-aula, conta com aulas de história, intervenções artísticas e depoimentos de quem foi perseguido por militares na época.

Entoando trechos de músicas como “pai, afasta de mim esse cálice”, canção censurada durante o regime militar, cerca de mil pessoas celebram “a memória dos que resistiram”, segundo André Vinícius, um dos organizadores do evento.

“Estamos aqui para reafirmar a narrativa dos historiadores e lembrar que foi ditadura, sim, que foi golpe, sim. Gente sofreu, gente morreu e não queremos abrir mão dessa liberdade. A gente quer celebrar outra memória. A dos que resistiram e a de quem continua lutando pelo direito de manifestar”, aponta o professor de História. 

Um dos cinco blocos em que se divide o momento contará com o depoimento de Rosa da Fonseca, ex-presa política que foi torturada e atualmente integrante o Movimento Crítica Radical. Anna Karina Cavalcante, professora e ministrante da primeira aula do evento, avalia que o objetivo do ato é ter “compromisso com a verdade”. 

“Estamos chocados com a declaração do presidente [Jair Bolsonaro], pedindo que as pessoas comemorem um fato muito triste na história do nosso país, um período que matou milhares de pessoas, foi um episódio de muita tortura e violência. Eu, como professora de História, tenho esse compromisso com as pessoas", pontuou a professora. 


 

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