Areia das Dunas da Sabiaguaba cobre novamente parte da CE-010; especialistas buscam soluções

Região tem relevância ambiental para a cidade e precisa de autorização judicial para qualquer interferência

Apenas uma das faixas da CE-010, no trecho da Unidade de Conservação do Parque Nacional da Dunas, na Sabiaguaba, está livre para o trânsito de veículos e decisão judicial ainda é aguardada para a remoção do material da via. Grupo de especialistas e moradores elaboram soluções definitivas para o espaço.

A Superintendência de Obras Públicas (SOP) informa ter solicitado a remoção da areia da pista de rolamento em agosto deste ano "por risco de acidentes", mas que qualquer ação só será realizada com o parecer da 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Fortaleza, ainda está pendente.

Em janeiro deste ano, foi divulgado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) a proibição ao município e Estado contra a intervenção nas Dunas da Sabiaguaba. Essa medida avalia a necessidade de evitar danos ambientais e diminuir os prejuízos aos animais do local.

Caso a autorização para o pedido seja concedida, como pondera a SOP, serão cumprido todos os processos exigidos em autorizações ambientais. No momento, são feitas sinalizações e colocação de placas para a prevenção de acidentes.

Jeovah Meireles, professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), avalia que a decisão do MPCE de barrar novas remoções são relevantes para evitar danos aos biomas da área.

"Foi no sentido de tentar resolver o problema de forma definitiva e não paliativa. Retirando a areia, que vai continuar sendo movida pelos ventos e repetindo sempre o mesmo processo, não resolve completamente. É algo natural, apesar de estar sendo induzido pelo grande número de veículos, de pedestres e por não haver nenhum controle para os que visitam as dunas"

Nesse cenário, um grupo de pesquisadores e especialistas, em contato com a comunidade, definem alternativas para o espaço. "Já existem propostas de construir um túnel, com os recursos bem definidos, para que toda a areia passe por cima dessa estrutura e acabe encaminhando para o Rio Cocó, o que também acabaria se tornando alimento para essas águas com os sedimentos", detalha.