Zé Ricardo é apresentado no Leão e fala em fazer poucas mudanças

Novo técnico do Fortaleza já concedeu a sua primeira entrevista coletiva no CT Ribamar Bezerra, orientou treino e disse mudar pouca coisa no time, com vistas ao seu jogo de estreia, no próximo sábado (17), contra o Inter, às 17 horas

Legenda: Novo técnico, Zé Ricardo, comandou o primeiro treino para os jogadores do Fortaleza no CT Ribamar Bezerra
Foto: Kid Júnior

O Fortaleza apresentou o seu novo técnico, Zé Ricardo, na tarde de ontem, no CT Ribamar Bezerra, e logo no início da entrevista coletiva, o treinador revelou a satisfação de vir para o Tricolor, exatamente quando o time disputa a Série A do Campeonato Brasileiro, em 2019.

Para o carioca José Carlos Mannarino, de 48 anos, o Leão do Pici representa, no atual momento, o melhor local para trabalhar, conforme suas palavras. Zé Ricardo ficou comovido com a recepção que a torcida lhe proporcionou, quando do desembarque na capital cearense, na última terça (13). Sua satisfação só aumentou ao passar a conhecer os funcionários do clube e os jogadores.

"Acho que não poderia estar num lugar melhor. Fui muito bem recebido, desde a torcida no aeroporto, até hoje, por todos os funcionários do clube. O contato com os jogadores também foi muito positivo", afirmou Zé Ricardo logo no início de sua entrevista.

A apresentação do técnico foi feita pelo presidente do clube, Marcelo Paz, que procurou justificar alguns aspectos da escolha por esse profissional. "Foi uma escolha rápida, um consenso entre nós da diretoria. Queríamos um jovem no mercado, com experiência na Série A, agregador e que se encaixasse no perfil, como aconteceu com o Zé Ricardo", revelou o presidente.

Foi difícil separar o início do trabalho de Zé Ricardo com o seu antecessor, Rogério Ceni, que deixou um legado de três títulos conquistados, a Série B de 2019, o Campeonato Cearense e a Copa do Nordeste. Assim sendo, as perguntas dirigidas a ele foram muito centradas nessas comparações.

Sistema

Não faltaram perguntas sobre o sistema tático que ele irá empregar, justamente em comparação aos quatro atacantes que o antecessor gostava de usar nas partidas. "Eu gosto do 4-3-3, que é o sistema que usei nas categorias de base. Mas, certamente, existem as variações que podem ocorrer. Eu costumo também utilizar o esquema tático de acordo com os adversários e também com a condição do jogo", comentou.

O novo técnico disse que não pretende fazer mudanças drásticas na equipe, pois está chegando agora e o jogo contra o Internacional acontecerá no sábado, às 17 horas, na Arena Castelão.

Dentro de uma linha de ética e precaução, Zé Ricardo contou que teve uma conversa com Rogério Ceni, seu antecessor, tão logo fechou o acordo com a diretoria leonina. "Conheço alguns jogadores do grupo, acompanhando de longe. Fui buscar informações, tão logo surgiram as possibilidades de vir. E tenho certeza que tenho nas mãos um grupo vibrante, que trabalha bastante, isso foi de uma conversa rápida que tive com o Rogério", disse ele, explicando como se deu o processo que culminou com sua chegada ao clube.

Os dirigentes também passaram informações a mais para Zé Ricardo, sobre os jogadores do clube: "É um elenco que vem se modificando há alguns anos, mas mantendo a forma de jogar, que é vencedora. Na parada para a Copa América, houve algumas saídas. Logicamente, a gente conversou de forma superficial, se a gente vai trazer alguns atletas que a gente entende que seja de carência, mas não é o momento de falar nisso agora", comentou o técnico.

Estratégia

No primeiro momento, Zé Ricardo se baseia nas seguintes estratégias: observar o elenco que tem em mãos, verificar os pontos positivos e passar confiança ao grupo. "A ideia inicial é trabalhar com o pessoal que está aqui, dando muita moral, muito apoio para que eles possam render. O jogador se sentindo confiante a tendência é crescer e essa é a nossa ideia no primeiro momento", revelou.

A estratégia acima não elimina a busca de reforços por parte do clube. Como se sabe, o Leão tem buscando um zagueiro desde à época de Rogério Ceni e, ontem, surgiu o nome de Werley, do Vasco da Gama. O jogador estaria nos planos do Fortaleza, mas não há nada certo até o momento.

O novo comandante falou um pouco sobre isso: "Já estavam procurando um zagueiro, mas não sei se será o Werley. Foi um atleta que trabalhou comigo, de muita qualidade, mas não sei se é ele a vir", analisou.

Kieza

Foi perguntado ao técnico do Leão sobre Kieza, que foi um centroavante com quem trabalhou no Botafogo, mas que em 10 partidas, não marcou nenhum gol. "Ainda não conversei com Kieza. É um jogador que onde passou fez muitos gols. Recentemente, ele passou por essa seca de gols, mas acho que não tem nenhum atacante que não tenha passado por isso. O que se pode fazer é cobrar mais empenho dele nos treinos. Sei que ele tem um potencial muito grande. O que temos de fazer é recuperar a confiança não só dele, mas de qualquer jogador".

O técnico assistiu à partida do Fortaleza contra o CSA, em Maceió, quando o Leão venceu por 2 a 0, em jogo válido pela 14ª rodada da Série A do Brasileiro e disse ter visto uma equipe organizada em campo, herança do que Rogério Ceni fez no Leão.

Aestrutura do clube surpreendeu ao novo comandante dos atletas: "Uma estrutura que me deixou, até certo ponto surpreso. Estive aqui há pouco tempo com o Botafogo para treinar, visando a um jogo contra o Ceará, acredito que no ano passado. Ver a transformação nesses últimos oito ou 10 meses é impressionante, o que mostra que o clube está avançando, degrau por degrau", reconheceu.

Iniciando os trabalhos ontem (14), o treinador trouxe o auxiliar Cléber dos Santos e o preparador físico Ricardo Henriques para a formação da comissão técnica.

De 2000 para 2019, o Fortaleza teve 53 treinadores, sendo 45 deles efetivos, contratados pelo clube, e oito interinos. Um dos interinos, Marconi Montenegro, treinador do Sub-20 do Leão, será uma peça-chave para Zé Ricardo, pois conhece bem o elenco, dirigiu o time em Maceió e poderá passar um relatório de atletas da base.