Tom Barros: Muitos favoritos ficaram pelo caminho na Copa América

Em qualquer competição futebolística nas Américas, Brasil, Argentina e Uruguai sempre serão apontados como favoritos. No segundo escalão, igualmente sempre virão Paraguai, Peru, Chile e Colômbia. No terceiro escalão Bolívia, Equador e Venezuela. Na teoria é assim a interpretação coletiva. Nas duas edições anteriores, porém, o Chile ganhou (2015, 2016). Portanto, os favoritos ficaram pelo caminho. Agora o Peru surpreendeu e ganhou a vaga para a final. Surpresa maior porque goleou o Chile, bicampeão.

O Peru faturou duas vezes a Copa América. A primeira em 1939, em casa, quando em Lima venceu o Uruguai na final. A segunda vez em 1975, quando superou a Colômbia no jogo final em Caracas na Venezuela. Portanto, esta é a terceira vez que os peruanos vão disputar uma decisão. Na artilharia encontram-se Paolo Guerrero e Flores, do Peru, com dois gols. Eles estão acompanhados dos brasileiros Roberto Firmino e Philippe Coutinho. O Brasil é favorito porque joga em casa, no Maracanã. Será mais uma terrível frustração se perder o título no templo que já foi o maior do mundo, mas ainda hoje palco sagrado dos maiores craques brasileiros.

Gente daqui

Na Seleção peruana, Yotún (ex-Vasco da Gama), Paolo Guerrero (joga no Internacional-RS), Trauco (joga no Flamengo) e Cueva (joga no Santos-SP). Um time peruano, mas bem brasileiro. O técnico Ricardo Gareca comandou o Palmeiras em 2014. Todos, pois, familiarizados com os nossos costumes, com a nossa gente, com os nossos estádios e nossas cidades.

Goleada

Muita gente entende que haverá um passeio brasileiro no Maracanã no domingo, dia 7, haja vista a fácil vitória da Canarinho sobre o Peru (5 x 0) na fase classificatória, na Arena Corinthians. Teoricamente é verdade. Certamente a maioria da torcida brasileira pensa assim. Mas é preciso um alerta contra o perigoso e traiçoeiro "já ganhou". Nunca devemos esquecer o "Maracanazo".

Isolado

Cada jogo tem sua própria história. Em decisão, são imprevisíveis os fatores que influenciam no resultado. O ânimo dos atletas, o cenário, a sorte. Sim, até sorte tem um peso. Há dias em que ela se estabelece de um lado só. Que domingo ela esteja do nosso lado, pois.

O Ferroviário volta a campo hoje. Enfrenta o Santa Cruz em Recife, às 20 horas, Estádio do Arruda. Após perder para o Confiança (2 x 0) em Sergipe e empatar com o Botafogo-PB no PV, há a necessidade de voltar a vencer para ampliar a boa vantagem sobre o segundo colocado, o Botafogo, que tem 16 pontos. Há dois jogos o ataque coral parou de assinalar gol. Isso é ruim.

Desta vez, creio, já será possível a influência do novo técnico coral, Leandro Campos, no comportamento do time. A fase de transição é sempre complicada, máxime quando há choques de filosofia de trabalho. Se até em grupos pequenos isso acontece, imaginem num time de futebol, onde muitos interesses estão em jogo. O Santa tem 16 pontos, terceiro colocado. Duro desafio.