Tenista cearense Thiago Monteiro sonha com vaga nas Olimpíadas: 'as possibilidades são boas

Melhor brasileiro no ranking da ATP, o tenista cearense segue firme na busca por uma vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Thiago se dedica ainda para conseguir outra meta: terminar o ano entre os 60 melhores da ATP

Legenda: Atualmente, Thiago Monteiro é o principal tenista brasileiro e busca vaga na Olimpíada de Tóquio pelo ranking da ATP0
Foto: Foto: Elder Moraes/Estadão Conteúdo

Participar dos Jogos Olímpicos é o sonho de qualquer atleta. É o auge da carreira. Mas a realidade esportiva é cruel. São poucos os que, de fato, têm condições de disputar de forma competitiva uma vaga entre a principal competição do planeta. Mas um cearense que vem em ascensão mantém o sonho vivo. O tenista Thiago Monteiro sabe da dificuldade, mas acredita que tem condições de estar nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020, e mantém o foco na busca pelo desejado objetivo.

Aos 25 anos, Monteiro está vivendo um dos momentos mais especiais da carreira, que iniciou cedo, aos 16 anos. Melhor brasileiro no ranking da Associação de Tenistas Profissionais (ATP), ocupando a 82ª colocação, Thiago está há cerca de dois anos na liderança da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Mesmo assim, a chance de classificação via ranking é complicada.

No tênis, só os 56 melhores do ranking da ATP garantem vagas diretamente à disputa de Tóquio. As vagas podem alcançar posições mais baixas graças à regra de que só 4 tenistas de um mesmo país podem competir. Ele precisa se posicionar por volta da faixa de 60 a 70 do ranking para ter chances de se classificar. Difícil, mas não impossível.

O filho de Fátima e Faber tem confiança de que a preparação e toda a dedicação serão recompensadas. O fato de mudar para a Argentina e estabelecer residência fixa em Buenos Aires, para elevar o nível de treinamento, tem dado resultado, já que o tenista vem em constante evolução.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, Thiago Monteiro falou sobre objetivos, a preparação para 2020, o sonho de representar o Brasil nas Olimpíadas e estabeleceu uma meta ousada.

Como está a disputa por vaga nos Jogos Olímpicos? Mesmo difícil, acredita que ainda é possível?

Acho que as possibilidades são boas. Tenho algumas semanas para somar e subir no ranking e poucos pontos a defender. Seria a realização de um sonho.

Quais torneios podem ser decisivos para conquistar a vaga? Tem feito projeções?

Todo torneio é importante. No tênis, temos essa oportunidade de ter torneios todas as semanas, e uma boa semana muda a projeção de todo o ano. Então, é seguir acreditando sempre que temos a possibilidade de ganhar a cada semana. Estar preparado para aproveitar as chances.

Acredita que, pela preparação feita, qual o seu principal diferencial em relação aos adversários?

Tenho muita disciplina e busco fazer tudo com o máximo de esforço e dedicação. Isso me dá confiança de saber que fiz o melhor possível para encarar aquela situação, o que acontecer é consequência.

Consegue imaginar qual seria a sensação de ir para as Olimpíadas?

Um sonho muito próximo da realidade, sem dúvidas. É seguir focado e acreditando dia a dia nesse objetivo.

É mais difícil chegar ao 1º lugar entre os brasileiros ou se manter? Qual o principal desafio para permanecer na liderança?

Para mim, o objetivo não é ser o 1º brasileiro, e os brasileiros não são meus adversários. Ser o número 1 do Brasil é consequência. Penso sempre na evolução do ranking do circuito em geral. Uma grande barreira a ser superada por todos os tenistas é a entrada ao Top 100 do mundo. Nos primeiros dois anos foi difícil me manter, e acabei caindo um pouco no ranking. Agora me sinto muito mais experiente e preparado para não somente me manter entre os 100 melhores, mas sim subir e superar também meu melhor ranking, que foi a 74ª posição.

Quando você chegou à liderança, houve muita desconfiança? Algumas Pessoas não acreditavam que você seria capaz de se manter na ponta?

Que eu saiba, não. Minha equipe e eu sempre acreditávamos que eu era capaz. Temos consciência que ainda há muito a ser melhorado e que tenho condições de subir ainda mais.

Como você vê o atual cenário do tênis no Brasil?

O tênis, entre muitos outros esportes, tem pouca visibilidade no Brasil, e acredito que deveria ter mais. Isso atrairia e motivaria muito mais gente a acompanhar ou praticar o esporte. Em relação aos atletas, acho que temos jogadores com muito potencial.

Pensou ou pensa em se dedicar mais ao jogo de duplas?

A dupla, para mim, é algo que busco jogar para aprimorar alguns fundamentos para a simples, como a devolução de saque e voleios. Mas não me vejo me dedicando exclusivamente às duplas.

Na sua opinião, por qual motivo a Argentina tem mais tradição que o Brasil no tênis?

O tênis da Argentina se concentra muito na mesma cidade, que é Buenos Aires. Isso ajuda no intercâmbio entre os jogadores. Muita troca de experiência nos treinos entre os jogadores e treinadores.

Quais os seus objetivos a curto, médio e longo prazos? E qual sua grande meta para 2020, além das Olimpíadas?

O objetivo da temporada seria terminar entre os 60 melhores do mundo e, a longo prazo, estar entre os 20.


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