Sob suspeita, ONG de Daniel Alves, da Seleção Brasileira, lidera orçamento do basquete no Brasil

Entidade tem o dobro de recursos da Confederação Brasileira de Basquete é acusada de burlar regras em acordos com o Governo Federal

Legenda: Daniel Alves é jogador da Seleção Brasileira e do Barcelona
Foto: Divulgação / CBF

O Instituto DNA, uma ONG do jogador de futebol Daniel Alves, do Barcelona e Seleção Brasileira, recebeu pelo menos o dobro de recursos públicos para investir no basquete brasileiro, em comparação com a própria Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

De acordo com o jornalista Demétrio Vecchioli, do UOL, contando os R$ 3,5 milhões da emenda parlamentar, a ONG de Daniel Alves já tem ao menos R$ 8 milhões em recursos públicos para o basquete, mais do que o dobro dos R$ 3,6 milhões prometidos pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) à CBB.

Em novembro do ano passado, o Instituto DNA, conseguiu aprovar na Lei de Incentivo ao Esporte um projeto de R$ 5 milhões para, com essa verba, pagar a taxa e a hospedagem de atletas e outras pessoas envolvidas em um evento. Paralelamente, a deputada Celina Leão (PP-DF) se comprometeu com uma emenda de R$ 3,5 milhões para a mesma ONG, liberada pela Secretaria Especial do Esporte em dezembro.

 

Repercussão

 

Ainda segundo o jornalista Demétrio Vecchioli, Daniel Alves estaria incomodado com a repercussão negativa do fato, cogita não levar adiante dois projetos de Lei de Incentivo que, juntos, já captaram cerca de R$ 5 milhões. Foi ele, inclusive, quem assumiu a responsabilidade de pagar US$ 500 mil à Federação Internacional de Basquete (Fiba) como taxa para realizar a Copa América de Basquete no Brasil. Por enquanto o valor não foi desembolsado.

As suspeitas sobre as entidades surgiram após uma reportagem da Folha de S.Paulo, apontando que o governo Jair Bolsonaro (PL) autorizou o repasse de R$ 6,2 milhões a duas ONGs até então inativas e recém-assumidas pelo ex-jogador Emerson Sheik e por Daniel Alves, lateral-direito da seleção brasileira de futebol.

 

Inativa

 

A ONG de Daniel Alves chamava-se Instituto Liderança até maio do ano passado e tinha como responsável Leandro Costa de Almeida, ex-treinador de basquete. Ele afirma que a ONG estava inativa havia cinco anos. Antes de assumi-lo, o jogador do Barcelona já havia fundado seu próprio instituto com seu nome em março de 2021. Entretanto, segundo o diretor técnico da ONG, Rodrigo Valentim, verificou-se depois da fundação desta entidade a necessidade de existência de três anos para firmar convênios com o governo federal.