Prefeito do Rio de Janeiro afirma que vai revogar público nos estádios, após anúncio de liberação

Eduardo Paes admitiu que a liberação seria "quase impossível de ser fiscalizada"

Legenda: Estádios podem receber até 20% da capacidade dependendo do risco de contaminação na capital carioca
Foto: Mauro Pimentel/AFP

A Prefeitura do Rio de Janeiro e o governo do Estado do Rio de Janeiro anunciaram a liberação do acesso parcial de torcida aos estádios de futebol. Porém, logo após o anúncio, o prefeito Eduardo Paes afirmou que vai revogar a decisão por dificuldade de fiscalização.

De acordo com resolução conjunta publicada no Diário Oficial do Município nesta quarta-feira (13), arenas com capacidade superior a 8 mil pessoas poderão operar com até 1/5 do total de assentos caso a classificação de risco para contágio de Covid-19 na região for considerada moderada ou com 1/10 se a classificação de risco for alta.

"A decisão de liberar os estádios com uma ocupação máxima de 1/10 está correta tecnicamente, de acordo com nossa secretaria de saúde. No entanto, obviamente trata-se de medida quase impossível de ser fiscalizada. A medida será revogada", escreveu Paes em suas redes sociais.

O estado carioca está no 7º dia de alta móvel de casos de Covid-19, registrando mais de 465 mil casos e quase 27 mil mortes. 

Em caso de retorno da torcida

A classificação de risco é divulgada todas as sextas-feiras e na última atualização a região do estádio do Maracanã, na zona norte da capital fluminense, era considerada de risco de transmissão alta. Assim, considerando que a capacidade oficial de público é de 78 mil pessoas, um eventual jogo com torcida poderia receber no máximo 7,8 mil torcedores nesta semana.

Vale lembrar, contudo, que a liberação não significa retorno automático de torcida aos estádios. É preciso de aval da CBF para que isso ocorra no Campeonato Brasileiro e a entidade já sinalizou em outras ocasiões que isso só acontecerá quando houver consenso entre os 20 clubes da Série A ou, então, que todos os estádios do País tenham autorização dos órgãos de saúde para receber público.

A intenção é não correr o risco de desequilíbrio técnico da competição, o que poderia gerar até mesmo ações na Justiça.

A autorização de público nos estádios, porém, abre espaço para que a final da Copa Libertadores, marcada para o próximo dia 30, no estádio do Maracanã, aconteça com público entre 7,8 mil e 15,6 mil presentes. Vai depender de um aval da Confederação Sul-Americana de Futebol, a Conmebol.

O Palmeiras já está classificado à grande decisão depois de eliminar o River Plate, da Argentina, na noite de terça-feira. Nesta quarta, Santos e Boca Juniors definirão o outro finalista.