Desde que iniciou seu trabalho no Ceará em jogos oficiais, no último dia 13, o técnico Guto Ferreira tem vivido um dilema: fixar um time titular em busca da formação ideal ou revezar os jogadores em meio a jogos decisivos?
O treinador, que vai para a quarta partida sob o comando do Vovô, repetiu a formação inicial contra Barbalha (5x0) e Fortaleza (1x2), mas diante do Ferroviário, nas semifinais do Estadual, já fez três mudanças, entrando Luiz Otávio, Marthã e Rick.
A vitória por 1 a 0, no último domingo, foi suficiente para classificar o time para a final do Estadual, mas não agradou a Guto Ferreira. Assim, hoje, às 20 horas, contra o CRB, no Barradão, em Salvador (sede única na retomada do torneio), pela última rodada da 1ª fase da Copa do Nordeste, o treinador espera finalmente uma evolução, com uma atuação convincente.
O treinador mostrou claramente um dilema entre manter uma equipe fixa ou rodar as peças a cada jogo. “Conforme vamos jogando sem muito tempo, ou vamos rodar as peças para que a equipe mantenha uma estrutura de força, ou teremos dificuldades. O Ferroviário vinha da 2ª partida enquanto vínhamos da 3ª. O CRB talvez seja a 1ª. São situações que temos que ter inteligência para administrar da melhor maneira possível, até mudando a estratégia do jogo”, disse ele.
A equipe até melhorou com a entrada de Rick no ataque, com o jovem jogador da base do clube sendo elogiado pelo treinador. “O Rick já tinha entrado muito bem e hoje foi o nosso principal atacante. Veloz, incisivo, muito vitorioso nas jogadas individuais, o que adicionou à equipe”.
Mas Guto admitiu que a equipe ainda tem problemas no setor de frente. “O gol foi bem construído. Tivemos uma jogada boa do Rick enfiando pro Sóbis, que cruzou pro Felipe. E a nossa linha de quatro foi muito bem. Nossa maior dificuldade foi do meio pra frente”.
Sem Sóbis, suspenso, a tendência é que Bergson ganhe uma chance, já que entrou no decorrer dos jogos contra Fortaleza e Ferroviário, marcando um gol no Clássico-Rei.
Experiente, o goleiro Fernando Prass admitiu que o time precisa ainda evoluir e isso virá só com os jogos. “Acho que o Ceará está em crescimento. Essa parada foi ruim para todo mundo. Foram quatro meses sem jogos, três sem treinamento. Isso dificulta qualquer trabalho. Para a gente, com troca de comando, as coisas demoram um pouco mais. Depois de um determinado tempo, a gente só vai conseguir evoluir mesmo com os jogos, adversidades e dificuldades”, disse o Camisa 1 do Vovô, destaque no duelo contra o Ferroviário.
Decisão
O jogo com o CRB é mais uma vez decisivo, como foram os clássicos contra Fortaleza, que valia a liderança da 2ª fase, e Ferroviário, por uma vaga nas semifinais do Estadual.
Abrindo o G-4 com 11 pontos no Grupo B, o Alvinegro depende só de si para avançar para as quartas de final. Se vencer, estará classificado sem depender de outros jogos.
Se empatar com o time alagoano, o Vozão dependerá de outros resultados, que um pelo menos aconteça: o Náutico perder para o Bahia ou o Santa Cruz empatar com o River/PI. Se um deles ocorrer, o time cearense estará classificado com um empate.
Em caso de derrota, o Vovô só se classifica se o Santa Cruz perder para o River. Uma vitória também pode levar o Vovô à liderança do Grupo B, desde que Confiança, Vitoria e Náutico tropecem. Assim, o Vovô enfrentaria nas quartas de final, em jogo único, o 4ºcolocado de seu grupo. O rival do Ceará pode ser Confiança, Vitória, Náutico ou Santa Cruz.
Sob o comando do técnico Guto Ferreira, o Ceará disputou três partidas, vencendo duas (Barbalha por 5 a 0 e Ferroviário por 1 a 0), e foi derrotado pelo Fortaleza por 2 a 1 no Clássico-Rei, pelo Estadual