Mastrillo relembra bastidores da final da Copa do Brasil de 1994

Ex-volante era a inspiração do elenco alvinegro e ficou marcado pelo desempenho e entrega em campo, que poderia ser coroado com maior título da história do futebol cearense, mas interferido por um erro de arbitragem

Legenda: Mastrillo Veiga, hoje treinador, relembrou um dos momentos mais marcantes de sua carreira: a final da Copa do Brasil de 1994
Foto: FOTO: KID JUNIOR

Símbolo de raça e liderança dentro de campo, o ex-volante Mastrillo Veiga foi um dos principais símbolos da campanha história do Ceará na Copa do Brasil de 1994. Ficou marcada pelo pênalti polêmico não assinalado em cima do atacante Sérgio Alves.

Mastrillo conversou sobre bastidores importantes daquela final vencida pelo Grêmio de Felipão. Detalhes de diálogo no campo de jogo com árbitro Godói, cobrança pela marcação em cima do Sérgio Alves, que simplesmente foi ignorada por ele dentro de campo. O capitão alvinegro de 19994, apesar do vice-campeonato, considera o Ceará como o grande campeão da Copa do Brasil naquele ano.

Você foi uma das principais peças na campanha de 94, vice da Copa do Brasil pelo Ceará, mas, por muito pouco, naquele ano você não foi jogar no Fortaleza, certo?

Eu saí do Ceará para o Santo André e me destaquei no Campeonato Paulista. Na época, o Fortaleza me contratou, mas foram duas semanas sem um acerto definitivo. Nessa época aconteciam as rasteiras, então aconteceu o seguinte: eu cheguei do treino e o porteiro me avisou que minha família tinha mudado para outro apartamento e estranhei, 'como assim'? O Dimas Filgueiras pegou todo mundo, colocou na camionete e já levou para outro lugar, então assinei com o Ceará. E o primeiro turno não tinha sido bom, terminou em oitavo lugar. Quando me apresentei, o Elói já estava no clube e me deu as boas-vindas dizendo que tinha chegado o 'guerreiro', 'maestro', o 'líder, esse time será outro'. Nessa época, fiquei conhecido por formar o 'casal 20' ao lado do Victor Hugo.

Que bastidores você conta da final de 94 contra o Grêmio?

Foi o jogo mais importante. Ante do jogo iniciar, fui cumprimentar o Felipão, que era o treinador do Grêmio e brinquei dizendo que já havia jogado duas finais contra ele e não tinha vencido. Sabe o que ele me falou? 'É impossível vocês ganharem da gente'. Me assustei! Como assim? Nada é impossível. E na hora do pênalti não marcado em cima do Sérgio Alves, peitei o Godói e disse que jogo era transmitido ao vivo para todo Brasil, rapaz! Foi pênalti! O Godói falou o seguinte pra mim: eita, Mastrillo, quer mesmo ganhar do Grêmio aqui dentro? E eu rebati! O povo cearense está assistindo e você nunca mais vai entrar no Estado.

Lamenta não ter conseguido o título da Copa do Brasil?

Sem demagogia alguma, se tinha algum time que merecia ser campeão da Copa do Brasil, esse time era o Ceará. Nós jogamos muito essa competição, jogávamos de igual para igual com todos os times. Se você for assistir ao VT da final, o Felipão pedia para terminar o jogo, nós dominamos o jogo todo e, infelizmente, em uma bola parada, que treinamos muito, acabamos sofrendo o gol. Dentro da partida, o Godói minava muito os nossos jogadores, com faltas e cartões amarelos, isso tirou a nossa concentração dentro da partida. Hoje, de verdade, eu me sinto campeão da Copa do Brasil.