Fortaleza precisa de atuação dominante contra o Sport na Série A

Time de Rogério Ceni chega no duelo com duas derrotas seguidas e tem pela frente adversário direto na briga contra o rebaixamento. Como atua com baixa posse, rival deixa a posse com o Fortaleza e favorece estilo tricolor

Legenda: Mais do que nunca, a ofensividade será o trunfo de Rogério Ceni para superar o Sport, na próxima quarta-feira (9)
Foto: CAMILA LIMA

O Fortaleza sofreu um "choque técnico" contra o Flamengo: não utilizou o melhor plantel, foi obrigado a se defender e esteve longe de dominar as ações. Com a derrota, a segunda consecutiva na Série A, o duelo contra o Sport, quarta-feira (9), às 18 horas, na Arena Castelão, cresce em necessidade de recuperar a pontuação e a confiança no torneio. E o roteiro será totalmente diferente.

Ao esboçar uma partida antes de ocorrer, vale mensurar os níveis técnicos, momento na competição e também o perfil tático. Assim, o comum é apostar em um Leão com mais posse, melhor número de finalizações e até linhas avançadas na marcação. Neste clássico nordestino, o time que gosta da bola é o cearense - a filosofia de Ceni cobra isso.

"Será um jogo complicado, o Sport acabou de vencer o Grêmio fora de casa, e mostra as suas virtudes. Na Copa do Nordeste, jogamos e foi bem parelho, difícil", afirma Ceni.

Marcação a ser vencida

O desafio então é romper as linhas adversárias, ser efetivo e tornar a organização ofensiva incisiva. Até parece fácil de solucionar no papel, mas as situações de jogo são imprevisíveis na escolha das ações dos atletas: conta sorte, fôlego, posicionamento e movimento corporal, por exemplo.

O fato é que o Rubro-Negro Pernambucano atua com movimentos em blocos (linhas sempre próximas e com consciência posicional rígida, ou seja, não se separam). Sob o comando de Jair Ventura, à frente do plantel nos três últimos jogos, a formação existiu com três volantes, um armador, um atacante de velocidade e um centroavante. Um 4-4-2 com obrigatoriedade defensiva acima de tudo.

A conclusão é de um time muito difícil de ser penetrado devido à organização de recomposição. As linhas baixas deixam o rival com a bola à vontade, e essa situação já foi explorada pelo Fortaleza em diversos momentos, quando há o domínio de campo e espaço para armação orquestrada.

Pontos vulneráveis

A situação de "ataque x defesa" figura nos treinos de Rogério Ceni. Apesar da manutenção do esquema 4-2-4, o Fortaleza aplica a fórmula com distintos conceitos, como recuo e adequação ao 4-4-2 para marcar a partir do meio-campo ou aposta no lançamento a fim de acelerar a transição.

Em todo caso, o caminho do triunfo contra o Sport passa pelos velocistas, principalmente os posicionados nos extremos. Capitão do Sport, o lateral-direito Patric é muito acionado e deixa espaços. O mesmo ocorre com Luciano, na esquerda. A dupla é válvula de saída da pressão porque o meio é muito preenchido.

A estratégia deve ser construir situações de 1x1 para Osvaldo, Romarinho ou Yuri César. Com geração de profundidade, o trio penetra e ocupa um setor de opção de gol: pode escolher cruzamento para Wellington Paulista ou arriscar o arremate.

O passe construtor também será fundamental, justamente aquele mais ousado, que é proativo e possui grau de risco. Como irá trabalhar com liberdade na defesa, o time deve romper a barreira a partir do momento que arrisca uma ligação direta da defesa ao ataque. A fórmula de Ceni é induzir profundidade a partir do passe dos defensores.