Desafio por mais gols: Vovô e Leão confiam em seus camisas 9 para sequência da Série A

Felippe Cardoso, no Ceará, e Wellington Paulista, no Fortaleza, têm correspondido na Série A com seus gols e função tática, mas vivem pequenos jejuns e esperam voltar a marcar logo para ajudar nas campanhas

Legenda: Felippe Cardoso não tem marcado muitos gols no Brasileirão, mas dá mais mobilidade ao ataque do Vovô
Foto: FOTOS: JL ROSA

Achar um artilheiro, um típico camisa 9 não é tarefa fácil. A posição é cada vez mais disputada no futebol brasileiro pela carência de jogadores com a vocação para balançar as redes adversárias, como também cumprir funções táticas específicas da posição.

E Ceará e Fortaleza, que fazem campanhas regulares e praticamente idênticas na Série A, somando o mesmo número de pontos - 21 em 18 rodadas - têm centroavantes consolidados e com moral perante aos torcedores: Felippe Cardoso, no Vovô, e Wellington Paulista, no Leão.

Ambos têm estilos semelhantes de jogo, com presença de área e muito combativos no corpo a corpo com os defensores, por isso agradam técnicos e torcida.

Ambos já viveram um melhor momento na competição e amargam pequenos jejuns, como Felippe Cardoso estando quatro jogos sem marcar gols e Wellington Paulista, dois. Na Série A, o Alvinegro tem dois gols em nove jogos (média de 0,22 por jogo) e o tricolor cinco gols em 14 partidas (média de 0,35).

Por minutos em campo é mais simples entender a constância de gols de ambos. Felippe atuou 798 minutos pelo Ceará na Série A, precisando de 4,4 jogos (ou 399 minutos), enquanto Wellington Paulista precisa de 2,4 jogos ou 220 minutos para marcar um gol pelo Leão.

Legenda: Wellington Paulista tem cinco gols na Série A e tem ajudado o Fortaleza neste 1º turno do Brasileirão

Embora as médias de gols por jogo sejam baixas, se levarmos em conta o número de finalizações de ambos na Série A, Felippe e Wellington não precisam de muitas tentativas para marcar: o atacante alvinegro precisa de 6,5 chutes para marcar um gol, enquanto o tricolor precisa de seis.

Além disso, ambos contribuem bastante taticamente com os times de Enderson Moreira e Zé Ricardo. Com aproveitamento de passes alto - mais de 70% - ambos conseguem fazer bem o pivô e tabelas com os companheiros, levando o ataque a funcionar.

Expectativa

O centroavante alvinegro, Felippe Cardoso, garantiu que o pequeno jejum incomoda, mas que se mantém confiante para quebrá-lo logo.

"Por eu ser referência no ataque sempre me cobro. Às vezes até demais. Mas tenho buscado, trabalhado firme para poder estar saindo os gols. Eu e o Thiago Galhardo, que estamos mais na frente e somos as referências, a gente se cobra pra não passar jogos em branco. Tenho certeza que isso vai sair naturalmente. Nos últimos jogos, bateu na trave, mas é continuar trabalhando que os gols sairão", disse.

O tricolor Wellington Paulista, por sua vez, acredita que os gols voltarão a sair no momento certo, embora tenha buscado muito nos últimos jogos. "Espero continuar ajudando meus companheiros com gols, com esse porte físico, para que consigamos as vitórias necessárias. Por característica eu saio mais um pouco da área para ajudar os companheiros, mas tem jogo que não consigo sair, pois o adversário é mais fechado e preciso ficar na área para após uma jogada individual ou cruzamento eu esteja lá para finalizar. Quando tem mais espaço saio para fazer tabelas e pivô. Temos sempre que nos adequar ao adversário para sair bem no jogo", disse.

Sequência

Restando uma rodada para o fim do 1º turno da Série A, os dois clubes têm jogos complicados na 19ª rodada e precisam voltar a vencer. Neste sábado (14), o Vovô recebe o Botafogo, na Arena Castelão, às 21 horas. Cardoso afirmou que a sequência do Ceará foi difícil, mas ele confia na reabilitação.

"Passar quatro jogos sem vencer não é normal pra a gente que está mostrando um bom trabalho dentro de campo, mas esse resultado contra o Corinthians dá um ânimo a mais para buscar o resultado positivo no sábado. Estamos focados, dando o nosso melhor. Com o Castelão lotado ajuda a conquistar o resultado. A gente pede ao torcedor que vá ao estádio, nos apoie para que a gente possa vencer", disse Cardoso.

Wellington Paulista espera que o Leão volte a ser vitorioso, após a derrota para o Fluminense em casa. O Tricolor encara o Bahia no domingo, às 16 horas na Fonte Nova.

"Não tem outra coisa a fazer. É treinar, se condicionar melhor, taticamente, fisicamente. Já, já começam os jogos quarta e domingo de novo na Série A e trabalhando forte, específico de força, pretendemos chegar bem. Temos que ter caixa e pulmão para aguentar a Série A até o fim do ano".