Clubes pedem que Governo congele Profut e perdoe novas dívidas

O programa entrou em vigor em 2015 e permitiu que os times parcelassem as dívidas em até 240 meses (20 anos)

Legenda: A CBF encaminhou a solicitação ao Ministério da Economia e aguarda uma resposta
Foto: Foto: divulgação / CBF

A Comissão Nacional dos Clubes (CNC) quer que as parcelas do Profut sejam congeladas por 12 meses. A entidade deseja também que as novas dívidas contraídas com a União após a implementação do programa de refinanciamento, em agosto de 2015, também sejam incluídas no parcelamento.

A justificativa da organização, que reúne equipes das quatro divisões nacionais do futebol brasileiro, é que isso amenizaria os impactos financeiros que as agremiações sofrerão com a paralisação do esporte na pandemia do novo coronavírus.

Esses pedidos fazem parte de uma lista com 11 reivindicações apresentadas pela CNC. Para vê-las aprovadas pelo governo e pelo Congresso, a comissão conta com articulações da CBF junto ao deputado Arthur Maia (DEM-BA) e ao Ministério da Cidadania.

O ofício foi encaminhado para a pasta na última semana de março, segundo o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. O dirigente afirma que o Ministério da Cidadania já baixou uma portaria autorizando o pedido de congelamento do Profut por quatro meses e que falta a assinatura do Ministério da Economia.

Na visão do dirigente, no entanto, isso não é suficiente. "Quatro meses dá um folego, mas a nossa ideia é que seja por um ano. Acredito que o nosso pedido seja aprovado nos próximos dias", disse o secretário da CBF.

A maioria dos itens solicitados depende da edição de uma medida provisória, prerrogativa do governo federal, ou da aprovação de um projeto de lei, em fase de elaboração pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA).

As agremiações também querem que o dinheiro a que têm direito pela loteria Timemania não continue sendo usado para reduzir a dívida com o Profut, mas que seja repassado diretamente a eles durante os 12 meses pretendidos.

O que é o Profut?

O Profut, programa do governo federal que entrou em vigor em agosto de 2015, ofereceu aos clubes a possibilidade de parcelar suas dívidas com a União em até 240 meses (20 anos), com descontos de 70% das multas e 40% dos juros, além de isentar os encargos legais.

Em contrapartida, as equipes precisam manter em dia as obrigações tributárias federais e trabalhistas; dar transparência e publicar seus balancetes; comprovar a existência de um conselho fiscal atuante e autônomo (formado por membros eleitos e alheio à diretoria executiva).