O Fortaleza tem um esquema definido, com elenco adaptado aos conceitos aplicados, mas a comissão técnica estuda uma transição para nova formação: 4-3-3 ou 4-2-3-1. A inserção principal é a do clássico "Camisa 10" no meio-campo. Com maior período de trabalho, Marcelo Chamusca prepara o plantel para ampliar o repertório tático na sequência da Série A do Brasileiro.
O desafio é ensaiar a estratégia no calendário apertado. Dos resquícios de Rogério Ceni, o time tem o 4-4-2 como arma de defesa e a variação para 4-2-4 no momento ofensivo. Na primazia da posse de bola, usa os lados para agredir o adversário através do jogo de posição entre ponta e laterais - um por dentro e outro pelo corredor do campo.
No Fortaleza de 2020, em que o modo de atuação foi escolhido e lapidado com o avançar da temporada, os volantes são responsáveis por municiar e dar ritmo ao coletivo.
O caminho trouxe a equipe até o principal momento da história recente: participação na Sul-Americana, título da Copa do Nordeste e oitavas da Copa do Brasil. Tudo é reconhecido por Chamusca, que trabalha em prol da manutenção do perfil vitorioso.
A alteração é para superar as limitações e as características menos aproveitadas do time, principalmente em contexto específico de jogo: contra adversários mais retrancados. Em coletiva após empate com Goiás, quando o Fortaleza dominou as ações, o técnico ressaltou a possibilidade.
"A gente pode e vai buscar alternância principalmente contra adversários que jogam com linha baixa e por uma bola. Uma alternância para ter mais jogadores de construção na última linha e isso requer tempo. Vamos ter agora uma semana para preparar, quase uma semana, requer tempo para criar e vamos começar a fazer a partir dessa semana porque desde que cheguei é treino, recupera e vai ao jogo", explica.
O objetivo é melhorar a organização ofensiva. Na última rodada, o time registrou mais posse de bola (69%), finalizações (15) e passes (619). O domínio até resultou em gol de Wellington Paulista, no entanto, também foi evidente a dificuldade para romper as linhas do Esmeraldino, em situação contornada pelo excesso de lançamentos (52), nem sempre produtivos.
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Mais espaço
O papel de articular pode ser exercido por diferentes peças do elenco. Seja um nome adaptado ou mesmo de origem na posição, o Fortaleza tem atletas com a referida característica e pode dar mais rodagem em caso de confirmação da mudança tática.
Na disputa por vaga, três nomes são prioritários. O recém-chegado João Paulo, por exemplo, chega com as credenciais conhecidas por Chamusca. Estreou contra o Goiás e ficou nove minutos em campo. O suficiente para acertar 100% dos passes e finalizar uma vez.
Destaque na Série B pela Ponte Preta, tem muita movimentação e poder de fogo - marcou 10 vezes na atual temporada. Pode ainda atuar mais avançado.
A concorrência principal é do argentino Mariano Vázquez. Na equipe desde 2019, teve poucas chances de apresentar continuidade. Na chegada, o maior atributo era a assistência, e assim, entrou em momentos específicos dos jogos com Ceni, mas para atuar recuado no meio-campo e colaborando com a saída de bola. No ano, são nove exibições na Série A.
O último candidato corre por fora: Marlon. Dos citados, o mais experiente (contratado em 2018) e com mais partidas pelo time (93). O atleta tinha papel central no meio-campo do Sampaio Corrêa, mas sempre foi utilizado em diferentes setores no Fortaleza. Polivalente, já foi lateral, volante, meia e atacante. E fica mais distante do posto justamente pela utilidade coletiva.