Cearense Thiago Monteiro treina em Itajaí e aguarda torneios

O tenista cearense, número 1 do País, aceitou convite da Confederação Brasileira de Tênis para manter a forma no CT do clube ADK Tennis, em Santa Catarina e aguarda por torneios da ATP, o próximo já em agosto

Legenda: Thiago Monteiro retomou a rotina de treinos visando os torneios da ATP
Foto: CID BARBOSA

No meio esportivo, a pandemia de Covid-19 veio como suspensão, seja de torneios ou treinos. E quando se tinha “o melhor início de ano da carreira” em 2020, o momento se torna de superação. O panorama é o do tenista cearense Thiago Monteiro, número 1 da modalidade no Brasil.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, o atleta de 26 anos falou de uma rotina nova implantada em Itajaí, Santa Catarina. Após três meses em Fortaleza, sendo um de lockdown, aceitou convite da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) para manter a forma no CT do clube ADK Tennis.

“Somando esse tempo que fiquei (no Ceará) foi o mesmo dos últimos 10 anos”, brinca. A família ganhou força para Monteiro no processo de incerteza sobre o cenário do tênis mundial. Com etapas disputadas no eixo sul-americano, o atleta estava em 45º no ranking mundial da temporada.

O índice difere da atual lista da ATP, em que aparece na 82ª colocação - com pontuações somadas de temporadas anteriores. Na caminhada rumo aos líderes da modalidade, o cearense encontrou no Sul a estrutura necessária para manter o físico com os protocolos de segurança.

“A gente treina uma hora, em turnos separados, com máscara. O tênis possibilita o distanciamento porque só treino simples. Tem o contato da bolinha, mas cara virada de lado passamos o álcool em gel. É até estranho porque, quando acaba a partida, tem o aperto de mão tradicional e aqui tem zero contato pois já pegamos as coisas e vamos embora, parece até que estava chateado”, relata.

A rotina é dividida com revelações brasileiras no tênis, como Felipe Meligeni e Orlando Luz. Da troca de experiência, Thiago ascende de nível e surge como inspiração diante da sequência de atividades em regime fechado no aguardo de uma definição do calendário.

Futuro das provas

A sequência provisória de eventos propõe o reinício do circuito nos EUA, em Washington, dia 14 de agosto. Diferente da regra habitual, cada competidor poderia levar apenas o treinador como acompanhante e ficaria em uma espaço isolado no entorno do local da prova. Monteiro ressalta que o impasse é diante da presença de brasileiros, uma vez que a fronteira entre os países foi fechada.

“Querem que, ao entrarmos no país, a gente fique 14 dias em reclusão e isso não faz sentido para um atleta. Como vamos ficar parados e depois ter de competir em um Grand Slam? Tentamos essa autorização e acredito que isso é algo possível. Também não sei se terão voos fretados, mas o evento foi confirmado sem público, com todos (os atletas) testados para Covid-19”, aponta.

Das demais etapas restantes, a única cancelada foi Wimbledon, na Inglaterra, o mais antigo torneio de tênis do mundo. Com um seguro específico contra qualquer desastre ambiental, guerra ou mesmo pandemia, a suspensão em 2020 não acarreta em qualquer prejuízo aos patrocinadores.

Sonho olímpico

O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021 trouxe uma sobrevida para Thiago Monteiro na briga por vaga na competição, feito inédito na carreira. Como a classificação envolve diretamente o ranking da ATP e uma série de convidados, através de outros torneios, o fato de ser o líder do esporte no País não influencia na seletiva.

“Participar é a realização de um sonho poder vivenciar aquele ambiente e ver outros atleta de ponta, os melhores de cada modalidade. Já tive a oportunidade de ter uma vivência olímpica quando era juvenil com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em Londres. Com 17 anos, fiquei quatro dias na Vila e fui para restaurante com o Bolt, vi o Phelps, foi algo mágico, diferente de tudo”, relembra.

Por ora, o compatriota assegurado no torneio é João Meneses, campeão do Pan-Americano. Para o cearense também se classificar, deve ficar entre os 70 do mundo. Ao todo, as Olimpíadas classificam 64 atletas, mas há restrição quanto ao número de competidores por nação: no máximo quatro.


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