Ceará tem sequência difícil e ajustes para Série A e Copa do Brasil

O time alvinegro perde rendimento sem Vina no meio-campo e precisa de alternativas para suprir eventuais baixas no 4-2-3-1. Com Grêmio e Palmeiras pela frente, objetivo é seguir competitivo

Legenda: Vina é o artilheiro do Ceará no Brasileirão, com 12 gols
Foto: Thiago Gadelha/SVM

O Ceará atravessa momento chave na temporada e tem dilemas para resolver. O avanço às semifinais da Copa do Brasil ficou mais difícil após derrota por 3 a 0 para o Palmeiras na ida - e são R$ 7 milhões em premiação ao classificado. Em paralelo, o choque não pode interferir na Série A do Brasileiro, quando soma seis partidas de invencibilidade e duelo com o Grêmio no sábado, 14, fora de casa. As peças em campo ficam para decisão do técnico Guto Ferreira, mas devem ser estratégicas.

Um fato é certo: tudo será prioridade, faz parte do planejamento da diretoria alvinegra. Em cinco dias, na Arena Castelão, o Vovô vai usar força máxima disponível para tentar reverter o revés no duelo eliminatório. O desgaste, então, pesa nas escolhas e deve também receber um maior crivo técnico. “A gente está em uma briga e querendo passar, mas estamos em uma fase de cereja do bolo, onde a gente andou bastante e esse mérito precisa ser dado. Conforme vamos andando, o sarrafo vai subindo, são poucos os que passam (na Copa do Brasil). O Palmeiras foi bastante competitivo e mentalmente não podemos nos jogar para baixo, não podemos nos colocar como perdedor, o fato de estarmos aqui é um sinal de time vencedor”, explica Guto.

O padrão tático alvinegro é fixo, com 4-2-3-1 bem organizado. O conflito existe justamente pelo desempenho apresentado dos escalados. A missão é encontrar substituto para Vina: artilheiro (15 gols) e líder de assistências da equipe. Sem o meia, o time perde na armação, na bola parada e ainda fica com poder de fogo reduzido. Tudo pela grande fase do atleta, da confiança, elementos que o deixam entre os melhores do futebol nacional. Nas duas últimas partidas sem o meia, Felipe Silva assumiu o posto e não rendeu o esperado: acertou 81% dos passes, sem conseguir um lance mais expressivo. Outra opção foi Wescley. O atleta ganhou mais espaço com Guto e se tornou uma alternativa no segundo tempo. Apesar das chances, a entrega ainda é baixa, com nove partidas e um gol em 138 minutos, ou seja, 15 minutos por partida.

O impacto é imediato e tem reflexo nos números. Vina participou de 41 dos 50 jogos realizados no ano, com aproveitamento de 63,4%. Sem Vina, no entanto, o time ostenta duas vitórias, três empates e quatro derrotas, com percentual de 33,3%. Por orientação da CBF, o meia deve retomar após 10 dias do teste positivo para o novo coronavírus - intervalo completado no domingo, 15, portanto, ficará fora diante do Grêmio no dia anterior mas poderá enfrentar o Palmeiras.

Alternativas

O Ceará tem um plantel titular bem definido. As dúvidas recentes envolviam os lados, mas Léo Chú e Fernando Sobral se firmaram. Na posição mais avançada, a saída de Sobis abre disputa entre Cléber e Vizeu - o segundo deve herdar a vaga quando estiver 100% nas condições físicas.

Além do campo ofensivo, a defesa ainda carece de mudanças. As peças em si variaram ao longo da temporada, com última linha repleta de formações, o entrave reside na oscilação. Bruno Pacheco, na esquerda, é o mais regular. A dupla Luiz Otávio e Pagnussat ainda busca o melhor futebol.

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