Ceará é palco do 1º Campeonato Internacional de Kite Hydrofoil Freestyle e Wind Foil

Reunindo na Praia de Iracema velejadores nacionais e internacionais, o Superfoil Brasil 2020 definirá os campeões destas novas modalidades que prometem transformar a cena da vela mundial

Legenda: Levi Lenz é um dos favoritos ao título
Foto: Fotos: Svetlana Romantsova

Reunindo na Praia de Iracema velejadores nacionais e internacionais, o Superfoil Brasil 2020 definirá os campeões destas novas modalidades que prometem transformar a cena da vela mundial.

Apesar do Ceará ser casa de paraísos como Cumbuco, Icaraizinho e Jericoacoara, onde o vento reina absoluto, Fortaleza, com vento mais suave, conquistou lugar certo na rota do foil internacional. Os atrativos que garantem nossa cidade como sede do 1º Campeonato Internacional de Kite Hydrofoil Freestyle e Wind Foil são os ventos constantes, a água morna e as variáveis de mar com e sem ondas. E foi tudo isso também que fez com que a  Global Kitesports Association (GKA) e Global Wingsports Association (GWA) escolhessem o Ceará como destino para a estreia deste evento inédito.

A competição começou hoje, quarta-feira, dia 11, e vai até esta sábado, dia 14, na Praia de Iracema. Com base armada no Aterrinho, estão presentes novos nomes que já despontam como aqueles que devem se destacar e começar a construir um caminho que facilmente tem foco nas Olimpíadas de 2024 em Paris, quando já haverá competição de Kite Hydrofoil Freestyle, assim como no windsurf.

O esporte

Por ser mais recente, o Hydrofoil Freestyle está formando a primeira safra de velejadores com nível internacional. Com sua tecnologia hidrodinâmica, ele permite a prancha flutuar sobre as águas e existe uma transição para os atletas que vem de outras modalidades. Um dos atletas brasileiros a participar é o cearense Levi Lenz, campeão brasileiro e sul-americano de windsurf wave. “A chegada do Hydrofoil está colocando todos os velejadores internacionais quase ao mesmo nível, exatamente pela transição do conceito de prancha. Nosso ponto fraco em relação a eles é o fato dos equipamentos serem desenvolvidos fora do Brasil, o que dá aos europeus, em especial, a vantagem de participarem deste desenvolvimento, e para nós agrega a desvantagem da demora em termos acesso aos bons equipamentos bem como ao custo elevado graças ao Euro. Mas, nós cearenses, temos muitas chances de crescer no esporte por todo o contexto que vivemos: qualidade técnica dos velejadores, excelentes condições climáticas para treinarmos forte e uma vontade enorme de entrar na briga pela vaga olímpica”, explica Levi, que apesar de estar de olho no Hydrofoil competirá no Wing. 

Levi Lenz é um dos favoritos ao título
Legenda: Levi Lenz é um dos favoritos ao título
Foto: Fotos: Svetlana Romantsova

“No Wing você veleja parecido com o windsurf, a vela é feita de um material parecido com do kite e ao mesmo tempo surfa as ondas, mantando a força do vento no movimento com a vela. Diferente das outras modalidades, no Wing estamos soltos e seguramos a vela com os braços, e isso faz com que nosso corpo seja uma extensão ainda mais dinâmica entre prancha e vela. E a evolução de manobras nele é muito rápida, e isso é facilmente visto na água nesses dias”, finaliza Levi.

Os destaques internacionais na modalidade Wind Foil são o suíço Balz Muller e o francês Titouan Galea, que estão entre os melhores do mundo na competição. E além de Levi, Kauli Seadi, Fernando Mizo e Dudu Mazzocato são os representantes brasileiros no Wing Foil ao lado da única brasileira presente na competição, a cearense Liana Maia. 

Já no kite Hydrofoil Freestyle, o americano Fred Hope está, literalmente, decolando com manobras nunca antes vistas no Hydrofoil. Detalhe, ele não usa o apoio de alça na prancha, o que dificulta ainda mais as manobras radicais. Dentre os brasileiros, o paulista Pedro Vianna Silva, de 43 anos, e o cearense Nilson Costa, vão representar o Brasil no Kite Hydrofoil Freestyle.

Atenção redobrada

Este ano, por conta da situação de pandemia ocasionada pela Covid-19, mudanças na organização do evento foram necessárias. Neste intuito foi elaborado um protocolo especial em parceria a GKA e a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA), de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao decreto estadual vigente. Todo acesso ao evento será restrito a atletas e as equipes de produção, através de um perímetro do campeonato delimitado. A ideia é oferecer um ambiente seguro para os atletas e a equipe que está responsável pela realização da competição.