Brasileiro Pepê Gonçalves sofre três punições e fica fora da final na canoagem nos Jogos Olímpicos

Sem as penalidades o brasileiro se classificaria à final na nona colocação, pois marcaria o tempo de 98s33

Legenda: Canoísta foi o 11º atleta a competir na semifinal e não fez uma boa descida
Foto: MIRIAM JESKE/COB

O canoísta brasileiro Pepê Gonçalves fez o segundo pior tempo da semifinal na madrugada desta sexta-feira (30) e ficou fora da lista com os dez finalistas na categoria K1 (caiaque). Ele levou três penalidades na descida e completou o percurso em 104s33, se despedindo na 19ª colocação.

Ele foi o 11º atleta a competir na semifinal e não fez uma boa descida. Inicialmente, havia tomado duas punições na prova, mas depois, depois de revisão no vídeo, foi computada mais uma falta. O tempo de 104s33 foi superior somente ao do russo Pavel Eigel, o último entre os 20 semifinalistas.

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Sem as penalidades o brasileiro se classificaria à final na nona colocação, pois marcaria o tempo de 98s33. O último a garantir vaga na decisão, o sueco Erik Holmer, passou com a marca de 98s45. O melhor resultado foi conquistado pelo checo Jiri Prskavec, que avançou com 94s29.

Também se classificaram o francês Boris Neveu, o americano Michal Smolen, o esloveno Jakub Grigar, o britânico Bradley Forbes-Cryans, o australiano Lucien Delfour, o alemão Hannes Aigner, o espanhol David Llorente e o austríaco Felix Oschmautz.

Sentimento

"Estava me sentindo muito bem, confiante, certo do que iria fazer. Meu treinador me deu muita confiança. Mas não foi o meu dia. Três toques é demais para uma semifinal", resumiu o paulista da cidade de Ipaussu, que ficou em sexto lugar nessa mesma prova no Rio-2016, melhor posição de um brasileiro na canoagem slalom em uma Olimpíada.

Ele demonstrou maturidade, serenidade e lucidez em seu depoimento depois do resultado ruim. "Eu saio daqui hoje muito orgulhoso. Estou colocando a canoagem em uma lugar que ninguém nunca imaginou no Brasil. A gente está num esporte feito por europeu, para europeu. Sonhava com a medalha. Ainda sonho porque daqui a três anos ainda vou entrar com a mesma vontade", disse Pepê Gonçalves, emocionado, ao fim da prova

Confiante

Embora não tenha tido um bom desempenho em Tóquio, Pepê está confiante para Paris-2024, cujo ciclo olímpico será menor, porque a Olimpíada na França marcará a inclusão da categoria extremo da canoagem slalom, que é a sua especialidade.

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"Extremo é uma modalidade em que eu acreditei quatro anos atrás. Me ajuda muito no slalom. Sou o número um do ranking, campeão mundial. A gente vai ter duas chances de medalha em Paris e pode ter certeza que a gente vai dar tudo em Paris", salientou o brasileiro, mais um atleta a fazer um pequeno desabafo em razão das abnegações e dificuldades que encarou nesse último ciclo olímpico.

"Só a gente sabe o que a gente tem que passar. Em dez anos, nunca fiquei dez dias com a minha família. Pode ter certeza que eu deixei tudo na água e não vou desistir. Vou buscar essa medalha daqui a três anos".


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