Após primeiras impressões, Zé Ricardo precisa pensar em mudanças

Estreia do novo técnico do Fortaleza é marcada por atuação inconstante, com bom 1º tempo e queda de rendimento na etapa final. Missão do treinador é buscar equilíbrio defensivo e alternativas no ataque por 1ª vitória no clube

Legenda: Zé Ricardo vai precisar mexer no jeito de jogar do Fortaleza
Foto: Kid Junior

O tempo de trabalho foi curto, o desafio era grande e o resultado não foi o desejado. Apesar de ter deixado o gramado da Arena Castelão sem nenhum ponto conquistado, a derrota do Fortaleza, por 1 a 0, para o Internacional, no último sábado, serviu para avaliar as primeiras impressões do técnico Zé Ricardo no comando do clube e também para o que o treinador deve corrigir para a sequência da temporada.

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Com apenas três dias de trabalho, o carioca, de 48 anos, não realizou grandes mudanças de início. Na escalação, apenas uma alteração em relação ao time que havia vencido o CSA por 2 a 0. Com Tinga no lugar do suspenso Gabriel Dias, o Leão, no 4-3-3, teve estilo dominante na 1ª etapa.

Centralizado, Mariano Vázquez deu boa dinâmica no setor de armação. Juntamente com Romarinho e Edinho, buscava explorar os lados do campo, e foi por lá que o Leão conseguiu as principais investidas.

Com mais posse de bola (55% x 45%), o Fortaleza controlou os 45 minutos iniciais. Teve muito mais finalizações (10 x 2) e criou boas chances para abrir o placar, sobretudo com Vázquez e Edinho, que esbarraram no goleiro Danilo Fernandes. O arqueiro colorado foi o principal responsável pela manutenção do placar. A boa atuação leonina, embora não convertida em gols, foi positiva.

O mesmo não aconteceu no 2º tempo. Esbarrando na marcação do Inter, o time não teve criatividade e encontrou imensas dificuldades para ameaçar a meta adversária. As jogadas pelas pontas não funcionaram, e o meio de campo acabou neutralizado. Sem trocas de passes rápidas, triangulações nem ocupação de espaços no campo ofensivo, Wellington Paulista ficou isolado, e a defesa foi vazada aos 20 minutos no gol de Wellington Silva, que decretou a derrota. "Acredito que no primeiro tempo, fomos bem, talvez pudéssemos ter saído com uma vitória, mas não aproveitamos as oportunidades que criamos. Mas enalteço as oportunidades. Demos espaço no segundo tempo, não sustentamos uma pressão no segundo, o Inter conseguiu ficar mais com a bola", avaliou o treinador.

Busca pelo equilíbrio

Passo primordial para evoluir é encontrar equilíbrio defensivo. Com 21 gols sofridos em 15 jogos, o Fortaleza detém a 7ª defesa mais vazada do torneio, com saldo negativo de cinco gols.

Embora indique poucas mudanças, por enquanto, o comandante tricolor terá a missão de buscar também mais fluidez nas transições ofensivas e eficácia na definição de jogadas. Osvaldo, Felipe Pires e André Luís são jogadores que podem melhorar tais aspectos.

"É precoce falar qualquer coisa do que falta e o que não falta. Mas certamente a ideia é de continuidade do trabalho que estava sendo feito no clube. A gente encontrou um grupo trabalhador e isso me deixou bastante animado, a sequência me deixa bastante animado. Logicamente, com a gente se conhecendo melhor no dia a dia, vamos saber o que precisa melhorar mais", disse.

Certo é que Zé Ricardo percebeu que terá que encontrar alternativas de ataque para sua equipe, já acostumada com a filosofia do ex-técnico Rogério Ceni de sempre jogar pra frente. Algumas escolhas, como a saída de um meia (Mariano Vázquez) para a entrada de um volante (Nenê Bonilha), dificilmente serão bem vistas pela torcida, que vaiou o time ao apito final.

Com uma semana de trabalho até o jogo contra o Santos, no domingo (25), o treinador terá que agir rápido para fazer o time reagir.