Análise: Ceará precisa acertar o passo para transformar atuação em resultado

Time de Guto Ferreira apresentou pontos positivos nas rodadas iniciais, mas soma aproveitamento de 11,1% no início da Série A. Sequência de recuperação deve começar nos próximos compromissos em casa, contra Vasco e Bahia

Legenda: Ceará criou muito, mas não transformou em gols as chances que teve
Foto: Pedro Vale/Cearasc.com

O Ceará soma um ponto na Série A do Campeonato Brasileiro em nove disputados, teve aproveitamento de 11,1% e figura zona de rebaixamento após três rodadas. Os resultados ligam o sinal de alerta pelo histórico do clube nas últimas edições, mas a análise requer cuidado com a atuação: é organizada e consciente dos deveres em campo. Assim, o caminho são os ajustes.

E a perspectiva de regularidade existe pelo desempenho em campo. "Se estamos reclamando que a bola não entra, é sinal que estamos criando, isso é um ponto positivo", avaliou o técnico Guto Ferreira após a derrota para o Atlético/MG, ontem, por 2 a 0, com gols de Marrony, pela 3ª rodada da Série A do Brasileiro.

Confira classificação da Série A

O Vovô finalizou mais no Mineirão (13 x 11), teve chances de marcar. O roteiro também ocorreu diante de Sport e Grêmio, mas a decisão no último terço é o que pode melhorar, principalmente dos extremos - casos de Leandro Carvalho, Lima e Mateus Gonçalves.

Ouça o CearáCast sobre o jogo Ceará X Atlético

Elenco em análise

Além do contexto individual, a força do plantel foi mensurada nas rodadas iniciais e, devido ao departamento médico, afetou diretamente o nível técnico alvinegro. Um exemplo é Vina, ausente em todas as partidas. O principal armador está lesionado e não houve um substituto ideal.

Como o objetivo é manutenção do esquema 4-2-3-1, o papel de articulador se dividiu entre Sóbis, na estreia, e Fernando Sobral, nos duelos seguintes - retirando-o da posição que melhor rendeu. A mexida torna a equipe menos técnica e mexe na marcação, seja em bloco médio ou baixo.

Outro ponto de aprimoramento envolve a defesa. Apenas na estreia, logo após o título da Copa do Nordeste, o time contou com a dupla Klaus e Luiz Otávio. Aquele foi o jogo em que o time mais falhou, principalmente pela intensidade imposta pelo adversário.

Desde então, o jovem Gabriel Lacerda, oriundo da base, se tornou o titular fixo por necessidade. Contra o Galo, sequer havia outra peça da função no banco de reservas da equipe cearense. E a escolha trouxe peso no momento em que o atleta cometeu pênalti em Marrony, o ponto-chave da vitória mineira.

Com talento, o jogador vai se sobressair. A necessidade é, por experiência, atributo a ser conquistado. O que não anula o fato de estar em maturação ainda para assumir o posto em definitivo. Após o pênalti, o Ceará precisou se aventurar de maneira mais incisiva no campo de ataque e acabou deixando brechas atrás para os contra-ataques do Botafogo. Um deles rendeu o segundo gol à equipe carioca.

Legenda: Samuel Xavier disputa lance na lateral de campo
Foto: Foto: Pedro Vale/cearasc.com

Confira mais notícias do Ceará

Recuperar os pontos

No retorno para a Capital, os duelos contra Vasco (20/8) e Bahia (23/8), ambos na Arena Castelão, são essenciais para afastar o Ceará da parte baixa da tabela. As projeções precisam envolver vitória, independente da rotação do elenco.

Números para superar o rendimento obtido nas duas edições passadas do Brasileirão. Apesar de contextos diferentes, assim como o investimento, em 2018, o Vovô obteve um ponto nos três jogos iniciais, conquistando seis ao término de cinco rodadas do campeonato.

O panorama se repetiu em 2019: seis pontos em 15, aproveitamento de 40%. Hoje, o time pode evitar o roteiro e tem plantel para conseguir mais na competição, há tempo para recuperação.

Veja também