A advogada da vítima da estupro pela qual foi condenado Daniel Alves, Ester García, anunciou que vai recorrer da decisão do tribunal de Barcelona que autoriza a sua liberdade provisória se ele pagar a fiança de 1 milhão de euros, decisão que considerou uma "escândalo".
"Parece que está sendo feita justiça para os ricos", disse García em declarações à rádio catalã Rac 1. "É um escândalo que libertem uma pessoa que sabem que pode conseguir um milhão de euros como se fosse nada", acrescentou, garantindo que recorrerá da decisão.
Liberdade
Preso por estupro, Daniel Alves conseguiu direito a liberdade provisória. O pedido feito pela defesa do ex-jogador foi aceito pela Justiça de Barcelona nesta quarta-feira (20). Para isso, o brasileiro precisa desembolsar 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões de reais), enquanto espera a sentença definitiva
Alves, segundo o documento judicial, está proibido "de aproximação da denunciante a uma distância não inferior a 1.000 metros da sua residência, local de trabalho e de qualquer outro local frequentado por ela, assim como de comunicar-se com ela por qualquer meio ou procedimento".
A decisão do tribunal foi anunciada um dia após a audiência que examinou o pedido de liberdade provisória enquanto os recursos são avaliados. Daniel Alves afirmou à justiça que não fugiria da Espanha.
A advogada de Alves, Inés Guardiola, afirmou que o cliente já cumpriu um quarto da pena que o tribunal impôs no final de fevereiro - o que, em caso de sentença definitiva, o habilitaria a começar a receber benefícios penitenciários e lembrou que a pena é menor do que, por exemplo, foi solicitado pelo Ministério Público.
A Justiça, que mencionou o risco de fuga para rejeitar os pedidos anteriores de liberdade de Daniel Alves, considera agora que "a passagem do tempo" é um "fator atenuante" de critérios anteriores.
Na audiência de terça-feira, o brasileiro, que estava na prisão e participou por videoconferência, declarou aos juízes que não fugiria e que acredita na justiça.