O Ministério Público do Ceará (MPCE) vai se reunir com o comando da Polícia Militar nesta segunda-feira (22) para tratar sobre as aglomerações feitas pelas torcidas organizadas do Fortaleza neste sábado (20), antes da derrota do Leão para o Bahia por 4 a 0 no Castelão.
Os torcedores organizaram uma "rua de fogo" em apoio à equipe antes do duelo decisivo pela Série A do Brasileirão, obstruindo e, inclusive, guiando o ônibus do clube na contramão da avenida José Bastos, próximo ao Pici.
O ocorrido preocupa o MPCE pois pode estimular ações semelhantes nesta quinta-feira (25) tanto da torcida tricolor quanto da Alvinegra, devido à rodada final do Brasileirão.
"O que está nos preocupando é em relação aos torcedores. No jogo do Fortaleza, fizeram rua de fogo e aquilo não pode acontecer. Vou me reunir com o comando da Polícia Militar hoje para ver essa situação. Foi desmoralizante. Se o Fortaleza fica ou cai, vai ter festa. A torcida do Ceará vai querer fazer que nem a do Fortaleza. O problema agora é sanitário", explica Edvando França, Promotor de Justiça e Coordenador do NUDTOR (Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor) do MPCE.
Decreto x futebol
Na última semana, o novo decreto do Governo do Estado decretou toque de recolher das 22h às 5h durante todos os dias.
O MPCE recomendou que os jogos de futebol não ultrapassem o horário de medida para conter o avanço da Covid-19, mas o Governo liberou os eventos no horários agendados anteriormente.
"No sábado, o governador, por causa da recomendação, reeditou o decreto, colocando o jogo como exceção por ser sem público. Ele republicou o decreto e conseguiu legalizar, digamos", afirmou Edvando.
O Estado do Ceará registrou cerca de 11 mil mortes e quase 411 mil casos de Covid-19, segundo dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde.
A capital cearense sofre com a nova crescente dos casos da doença, com as UPA's atendendo neste mês de fevereiro 25% de pacientes a mais que em maio de 2020, o pico da pandemia na cidade.