Acompanhar realities como o BBB é quase um caminho sem volta: hora ou outra você se observa ali, atento ao próximo passo, ainda que os personagens do jogo não sejam lá dos mais carismáticos. Quer exemplo disso? Não há forma melhor do que analisando a formação do tal paredão falso, o sexto da 21ª edição.
Enquanto a expectativa de parte dos espectadores fosse a ida de Juliette –e, por consequência, a falsa eliminação da paraibana– o que se viu foi uma chuva de participantes insossos em uma das maiores reviravoltas planejadas por Boninho para esse ano. Azar?
Quando se admite o triunfo, há também que se admitir a falha. Se semanas atrás o auge do Big Brother Brasil esteve na eliminação estrondosa de Conká, dessa vez o tombo veio na esperança frustrada por sobrevida a um jogo já meio morno.
Enquanto as peças principais da competição pelo R$ 1,5 milhão são eclipsadas pelas alianças, sejam as boas ou as más, sobrou para os coadjuvantes o peso de animar os próximos episódios.
Quarto secreto do BBB 21
Não é de todo ruim, diga-se de passagem. Com Carla, João, Arthur e Caio na berlinda, o BBB 21 pode começar um novo capítulo, que se abre para novos grupos, novas constatações. Mesmo com a falta de carisma desses emparedados, a eliminação ilusória de um deles pode despertar conflitos capazes de iniciar uma fase distinta para o programa. Quase aquela na qual todas as certezas de quem assiste são corrompidas e outra configuração se instaura. É isso que o povo gosta de ver, geralmente, inclusive.
Talvez nem tenha sido essa a intenção da produção. Porém, ainda com um tiro meio pela culatra, algo bom deve sair daí. A permanência de Juliette dentro das regras estabelecidas deve enfraquecer de fato o G3 e criar uma rivalidade entre os outrora amigos.
Uma reviravolta maior que ressurgir do paredão, não é mesmo? Essa pode ser a oportunidade da advogada de se desgarrar das estratégias de Sarah e seguir sozinha rumo a final sem sequer precisar espiar as conversas dos colegas de confinamento.
Trama na TV
O BBB não é novela, mas também precisa de roteiro. Boninho, claro, comanda muito bem o jogo há anos, mas existem casos que os escolhidos para a edição realmente não possuem muita coisa a oferecer. Não acredito que seja o caso agora, em 2021. Quanto tudo se inicia de forma muito intensa, a sensação de quem acompanha talvez seja a de que não há mais o que extrair do enredo. Entretanto, a possibilidade de conflitos impensáveis, como Carla Diaz indo ao 'quarto secreto', por exemplo, pode ser boa para o respiro.
Para além da nova fase do programa, que deve começar nesta terça, é preciso atentar também que tudo pode resultar em absolutamente nada. E essa é a graça de um reality show. Quando não se tem as amarras de falas montadas especialmente para cada personagem, tudo pode surpreender.
Com os personagens sem muito a oferecer nesse ponto, qualquer estratégia para movimentar o jogo parece válida, mesmo aquela que soa como inútil. Sem tantos benefícios assim para quem vencer com o aval do público, o verdadeiro ganhador, agora, é quem assiste. Resta saber se os envolvidos estarão realmente interessados em oferecer conteúdo de qualidade aos que permanecem aumentando os índices de audiência a cada semana. A ver.