A série de ação “Ilha de Ferro” estreia nas noites da TV Globo a partir desta segunda-feira (9), ás 22h35. Escrita por Max Mallmann e Adriana Lunardi, a trama mistura adrenalina e paixão e já conta com duas temporadas já disponíveis no Globoplay.
A narrativa principal gira em torno de homens e mulheres que a cada duas semanas embarcam em uma plataforma petrolífera em alto-mar. E é nesse cenário em que Júlia, interpretada por Maria Casadevall, e Dante, Cauã Reymond, protagonizam sequências de ação e cenas quentes.
Enquanto a gerente da plataforma tenta mudar a mente machista da maior parte dos funcionários da plataforma, acaba se apaixonando pelo coordenador de produção que frequentemente questiona a capacidade dela em comandar a PLT-137.
"A série tem um tom provocativo, um ritmo acelerado e uma estética realista. Portanto, as cenas de sexo fazem parte dessa linguagem proposta, que muitas vezes pode gerar certo desconforto e levar à reflexão. É assim que eu espero que a série seja recebida pelo público"
Uma terceira temporada de "Ilha de Ferro" já estava escrita, mas acabou cancelada. Em 2019, o diretor artístico do seriado, Afonso Poyart, afirmou que a notícia havia surpreendido a todos da equipe. Para Casadevall, a obra está bem amarrada. "Acredito que a dramaturgia da série tenha encerrado um ciclo com dignidade e considero que as histórias dos protagonistas foram contadas de maneira íntegra", finaliza.
Violência de gênero na trama
Na obra, Júlia chega para comandar a plataforma almejada por Dante. Porém, o que se vê é uma espécie de jogo de gato e rato, mesmo após o flerte. Entre brigas e paixões, eles parecem se encontrar. Mas o coordenador tem uma companheira em terra firme.
Com o desenrolar da série, o drama de ação trata sobre a violência de gênero, ao abordar Júlia, como mulher, ocupar um cargo de autoridade na plataforma. Defensora de pautas feministas, Maria Casadevall diz acreditar que, caso a personagem existisse a realidade atual do país, também sofreria preconceito.
"Ela lidaria com o questionamento permanente dos homens sobre suas decisões tomadas enquanto gerente daquela plataforma, tendo seu direito à sensibilidade negada, sendo descrita pelos homens como 'louca' e tendo sua sexualidade exposta como tópico de conversas", avalia a atriz.
Na visão da intérprete de Júlia, a mensagem de "Ilha de Ferro" é que, para ocupar espaços de poder dentro de uma estrutura patriarcal e machista, uma mulher branca de privilégios precisa desenvolver consciência crítica de classe e se perceber como sujeita subordinada a uma ordem estabelecida que oprime mulheres.
TRIÂNGULO AMOROSO
Um triângulo amoroso que envolve Dante, Leona (Sophie Charlotte) e o irmão dele, Bruno (Klebber Toledo), dá o tom das disputas em "Ilha de Ferro" fora da plataforma. De acordo com Sophie Charlotte, no início a personagem só tem olhos para o marido Dante. Porém, a distância imposta pelo trabalho em alto-mar faz aflorar em Leona uma série de inseguranças e ela se torna autodestrutiva.
"Ela se sente sozinha em casa e acaba metendo os pés pelas mãos, cada vez mais. Ela é muito passional, coloca o coração antes da razão e da ética. A Leona se destrói para atingir o outro", avalia a atriz.
Já Klebber Toledo analisa seu personagem como alguém perturbado. "Ele sempre quis uma família diferente da que ele teve, um irmão diferente, uma mulher que ele amasse. O Bruno está em busca de um alívio, de um sopro de vida que ele nunca vai encontrar porque o buraco está muito dentro dele", comenta.
A relação entre os irmãos é péssima. Com essa rivalidade e a busca pelo mesmo amor, Bruno, piloto de helicóptero, será capaz de tudo para derrubar o irmão. "É um cara que tem um objetivo. Se esse objetivo não for conquistado, ele vai resolver o que for necessário para conseguir. E vai até o fim", conclui Toledo.
Treinamento e primeiros socorros
Os atores da produção tiveram que passar por treinamentos anteriores às filmagens, em que se expuseram a dificuldades reais como saltar de uma plataforma de cinco metros de altura para simular um salto em alto-mar ou, ainda, quando passaram pela simulação de uma queda de helicóptero.
Para entrar com tudo no universo dos petroleiros, o elenco passou por aulas práticas de primeiros socorros, salvamento, resistência e simulações de queda na água, segundo Casadevall. Tudo isso, segundo ela, contribuiu para um senso de coletividade e equipe que foi essencial para o entrosamento dos atores.