Filha de advogada de mulheres que denunciaram ex-BBB Felipe Prior também é alvo de ataques

Maira Pinheiro contou que recebe ameaças desde 2020

A advogada criminalista Maira Pinheiro, que atua em quatro casos de mulheres que relatam terem sido estupradas pelo ex-BBB Felipe Prior disse que até a filha dela já recebeu ameaças. Em entrevista à GloboNews, nesta terça-feira (18), Maira alega que a criança foi alvo de comentários agressivos em fotos. O ex-BBB foi condenado a seis anos de prisão. Ainda cabe recurso.

"Em abril de 2020 foi quando veio essa primeira onda de ataques bem violentos nas minhas redes sociais, nas minhas fotos, inclusive às vezes em fotos da minha filha. Recebi mensagens no WhatsApp também", explicou.

Maira também contou que precisou fechar as redes sociais por receber ameaças diariamente. Os ataques, segundo a advogada, intensificavam quando ocorria alguma atualização do caso. 

"É um caso de repercussão. A opção por conversar com os meios de comunicação sobre esse caso é deliberada porque nós entendemos que faz parte da luta das mulheres para romper o silêncio - presenciar outras mulheres fazendo o mesmo", disse.

Ligações de madrugada

Um dos ataques mais turbulentos para a advogada ocorreu em julho de 2021, quando recebeu dezenas de ligações de madrugada, de um número oculto que citava o nome de uma das vítimas e afirmava saber onde ela morava. 

"Foi esse evento que deu ensejo ao inquérito policial que está atualmente em tramitação aqui em São Paulo para apurar ligações que eu recebi de madrugada. Depois a gente descobriu que era um número de Rondônia. Foram dezenas de ligações, um número oculto em que a pessoa fazia referência ao nome da vítima que é uma testemunha protegida, então o nome dela é uma informação sigilosa, mas essa pessoa estava na posse dessa informação e dizia que sabia onde eu morava, foi uma coisa bem assustadora", contou. 

Crime e condenação

Prior foi condenado em primeira instância no último dia 8 de julho, o que permite ao ex-BBB recorrer em liberdade. 

Na acusação, a mulher disse ter sido estuprada pelo ex-BBB em 2014. Ela detalhou que Prior se valeu da força física para praticar a violência e que a movimentou de maneira agressiva, a segurando pelos braços e pela cintura, além de ter puxado seus cabelos. Isso enquanto ela dizia que não queria ter relações sexuais com ele.

No documento, a juíza Eliana Cassales Tosi Bastos citou o prontuário médico da vítima e outros documentos comprobatórios, além de depoimentos de testemunhas de defesa e acusação, e disse que "não há dúvida" de que houve crime. O ex-BBB irá recorrer da decisão.

O que diz a defesa de Prior

A defesa de Prior alegou, em nota ao g1, estar confiante na Justiça.

"A defesa e o próprio Felipe seguem plenamente confiantes no Poder Judiciário brasileiro e, assim, na reforma de sua injusta condenação, visto que restou patentemente demonstrada a inocência de Felipe pelas provas apresentadas no bojo processual, que, lamentavelmente, vêm sendo ventiladas de forma deturpada e em desrespeito ao segredo de justiça decretado em relação à tramitação processual – fato este que, também, será objeto das providências legais pertinentes."

A equipe de advogados ainda reitera a inocência do ex-BBB e que em breve o arquiteto irá se pronunciar. "No momento oportuno e através de alguns veículos, Felipe se manifestará esclarecendo os fatos distorcidos e inverídicos apresentados como resposta para os demais veículos de comunicação", concluiu nota.