Número de alunos presentes em escolas particulares deve dobrar com novo decreto, diz sindicato

O governo permitiu a volta de 40% de cada turma até o 9º ano. Antes só havia permissão para até o 2º ano do Ensino Fundamental

Legenda: Ensino remoto continua sendo opção para os pais que não desejam enviar os filhos às aulas presenciais
Foto: José Leomar

Com aulas presenciais liberadas para todas as séries do ensino infantil e fundamental, as escolas devem receber o dobro de alunos a partir desta segunda-feira (26), em relação às semanas anteriores. O decreto estadual que oficializou a medida, lançado neste sábado (24), permitiu a volta de 40% dos alunos de cada turma até o 9º ano. Anteriormente, apenas o ensino infantil e os 1º e 2º anos do ensino fundamental estavam permitidos a participar do ensino híbrido.

De acordo com a vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Ceará (Sinepe), Andrea Nogueira, a organização da volta de cada turma depende das escolhas individuais das escolas. Ela destaca que algumas decidiram permitir as aulas presenciais de todas as turmas já nesta segunda-feira, outras dividiram as sete novas séries liberadas pelo decreto em dois dias de iniciação. 

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“Anterior ao novo decreto, tínhamos sete séries autorizadas: toda a educação infantil e 1º e 2º ano do ensino fundamental. Agora com o novo decreto, foram autorizadas mais sete turmas, do 3º ano ao 9º ano do ensino fundamental. Então é provável que o número de alunos dobre nas escolas”, diz. 

No entanto, Andrea explica que o número de funcionários não deve dobrar como o dos estudantes. Isso acontece porque “toda a estrutura administrativa da escola já estava no sistema presencial”, segundo a vice-presidente. 

Andrea defende ainda a liberação do retorno das aulas presenciais para a 1ª e 2ª série do Ensino Médio, já que estas são as únicas séries do ensino básico que não tiveram aulas presenciais desde o início da pandemia.

Primeiro dia de retorno 

No Colégio 7 de Setembro, todas as turmas voltaram nesta segunda. Segundo o diretor da escola Henrique Soarez, os alunos de 6º a 9º ano devem ir presencialmente quatro dias por semana. Por um dia, as aulas serão feitas em casa. Os números de famílias que devem aderir ao ensino híbrido, para ele, deve ser parecido com a quantidade que frequentava no início do ano letivo, antes do pico da segunda onda de contágio do vírus.

Também iniciando todas as turmas hoje, o Colégio Farias Brito dividiu os alunos em três grupos. Segundo Fernanda Denardin, diretora técnica da organização educacional, um grupo é composto por alunos que devem continuar no ensino remoto e os outros dois grupos são formados por alunos que farão rodízio semanal entre o ensino a distância e o presencial. 

Nas duas escolas, há alunos que não devem voltar para o presencial por decisão das famílias. Apesar disso, Fernanda acredita que o número de pais que decidem pelo ensino híbrido tem aumentado.

“A gente vem sentindo um crescimento do número de alunos presenciais na escola. Claro, muitas famílias tiveram perdas, vivenciaram o luto de perto, e muitas preferem não enviar seus filhos. Por isso a vantagem de manter o ensino remoto, para que elas possam optar o que for mais conveniente para a realidade de cada um”, opina. 

Novo decreto

O decreto estadual de nº34.043, lançado neste sábado, é o segundo que prevê reaberturas nos setores econômicos do Estado após o lockdown decretado em março. Além de novas séries do ensino fundamental para escolas particulares, a norma permitiu o funcionamento de academias e barracas de praia com capacidade limitada.