Dos 231 mil estudantes da rede pública de ensino de Fortaleza, apenas 194 não concluíram o ano letivo de 2020. A taxa de evasão corresponde a menos de 0,1% dos alunos matriculados. De acordo com a secretária municipal da educação, Dalila Saldanha, 175 deles ainda não voltaram a se matricular na rede de ensino da Capital.
O dado é menor do que o de 2019, quando 0,4% dos estudantes não terminaram o ano na escola.
As famílias dos 175 alunos que ainda não voltaram a se matricular estão sendo buscadas pela secretaria, pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e Conselho Tutelar, segundo Dalila. Uma das hipóteses levantadas é que alguns desses alunos possam estar matriculados em outras redes municipais.
A busca ativa de estudantes faltosos, com a ajuda dos órgãos, é um dos fatores que a chefe da pasta acredita ter contribuído para a baixa taxa de evasão.
Durante a participação no Webinário promovido pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), nesta quinta-feira (1), Dalila comentou a diminuição nas taxas de abandono e reprovação na rede de ensino de Fortaleza.
“Em 2019, comparado a 2008, que tinha 73% de sucesso, a gente passou a 94% de sucesso escolar. Sendo o abandono de 0,4%, contra 11% que era em 2008. E a reprovação que era mais de 15%, passou a ser menos de 2%”, explica a secretária.
Busca ativa de alunos
Saldanha afirma que o sistema adotado pela secretaria procura entender o perfil e os motivos dos alunos faltosos. A cada falta, a escola entra em contato com a família para saber a razão do estudante não estar frequentando o colégio ou, no caso das aulas remotas durante a pandemia, não responder os contatos do professor.
Em caso de falha no contato por 10 dias, a secretária explica que o MPCE e o Conselho Tutelar são acionados para investigar os motivos das faltas. “A gente tem conseguido elevar não só a frequência diária dos estudantes, como também a redução do abandono. Isso teve um impacto muito forte na aprendizagem das crianças, porque elas estão presentes por 94% do ano na escola”, diz.
Perdas serão analisadas na volta presencial
Dalila reiterou ainda a importância da vacinação contra Covid-19 para os profissionais da área da educação para, assim, retornar às aulas presenciais. O diagnóstico dos impactos da pandemia na educação só poderão ser realizados com a volta, para ela.
“Nós vamos poder identificar muitas das perdas, do ponto de vista educacional, que essa pandemia vem ocasionando na educação, o que ainda não é possível mensurar”, afirma.