Escolas de Fortaleza retomam medidas sanitárias e iniciam aulas presencias nesta segunda-feira (14)

Colégios particulares organizaram recepções presenciais, mas ofertam também o ensino híbrido para quem ainda não deseja voltar

Legenda: A retomada foi autorizada para escolas públicas e privadas nesta sexta-feira (11).
Foto: Almir Gadelha

Estudantes de escolas particulares de Fortaleza retomaram as aulas presenciais em várias unidades de ensino nesta segunda-feira (14). Para receber os alunos, colégios ajustaram medidas sanitárias já implementadas após suspensões ocorridas diante dos riscos da pandemia. O retorno foi autorizado na última sexta-feira (11), por meio de decreto, e passa a valer a partir de hoje (14).

O documento libera as instituições educacionais cearenses, exceto na região do Cariri, para retomarem as atividades presenciais em todas as séries, respeitando 50% da capacidade máxima por sala de aula.

Neste cenário, as unidades devem continuar oferecendo o ensino híbrido como opção para pais e responsáveis. Além disso, as aulas presenciais na rede pública também foram autorizadas, porém, mesmo com a liberação, as escolas de ensino médio públicas devem concluir o semestre letivo atual em ensino remoto.

Segundo a diretora técnica da Organização Educacional Farias Brito, Fernanda Denardin, a instituição preparou um protocolo, desde o ano passado, visando o retorno presencial dos alunos. “A gente contratou dois médicos infectologistas, que construíram o protocolo com a gente, e uma empresa especializada em desinfecção e limpeza. O protocolo conta com diferentes áreas, são 122 páginas que orientam todos os processos”, explica.

“Na entrada, nós temos quatro áreas de limpeza e desinfecção, a gente faz a medição da temperatura, os alunos passam pelos tapetes sanitizantes, fazem a limpeza das mochilas, a aplicação de álcool em gel, e, assim como a gente tem esses processos de entrada, a gente tem vários processos de cuidado durante todo o momento em que os alunos estão em sala”, prossegue a pedagoga.

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Legenda: Sinepe-CE já havia solicitado retorno presencial devido aos plágios em provas online.
Foto: Almir Gadelha

De acordo com o professor e supervisor do ensino médio da escola 7 de setembro, João Bosco Ribeiro Júnior, essa volta é uma saída do digital para o analógico. “Eles [alunos] estão agora voltando a viver a escola como realmente ela é, as suas interações, o convívio com colegas e professores. [Inclusive], muitos estão conhecendo hoje os seus professores, porque até então conheciam pelo vídeo, não ao vivo”.

É uma alegria e uma emoção muito grande ver a escola com aluno. Foi uma recepção muito calorosa, eles adoraram a novidade”
João Bosco
Professor e supervisor do ensino médio

João esclarece ainda que o período de intervalo está acontecendo separadamente entre as classes, a fim de promover o distanciamento social na unidade. “Cada turma tem o seu ambiente específico de recreio, que são as praças de alimentação exclusivas, então o aluno sabe que no recreio ele tem que buscar um espaço específico para o lanche”.

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Legenda: As instituições de ensino têm seguido protocolos de segurança para evitar possíveis contaminações.
Foto: Almir Gadelha

Para o estudante do segundo ano do ensino médio do Colégio Master, Davi Carvalho, de 15 anos, as expectativas estão muito positivas. “Mal posso esperar pelo retorno do formato presencial. Na minha escola, vai haver rodízio. A turma vai ser dividida em grupos A e B para tornar o ambiente mais seguro, cada semana um grupo fica presencial e outro remoto”, comenta.

Mesmo em rodízio, Davi diz que se sente mais seguro para voltar agora, com os pais já vacinados em casa. O estudante ainda relata que, mesmo estando há mais de um ano estudando à distância, não conseguiu se adaptar ao formato.

“Não é a mesma coisa da aula presencial, pois não temos contato com amigos e professores. O ambiente também afeta a concentração e o meu rendimento. Acabei também ficando mais exposto às telas. Não sinto que aprendo de verdade e as aulas parecem ser mais longas”, afirma o aluno, que deve retornar para as salas de aula na terça-feira (15), conforme saírem as informações de logística passadas pelas escola.

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Legenda: Conforme pontua supervisor do ensino médio, a volta é uma saída do digital para o analógico.
Foto: Almir Gadelha

Em outubro do ano passado, o ensino presencial já havia sido liberado parcialmente a algumas séries na macrorregião de Fortaleza. O 1º, o 2º e o 9º ano do ensino fundamental, bem como o 3º ano do ensino médio, estavam liberados a funcionar com 50% e 35% da capacidade no período.

Já as turmas do 3º ao 8º ano do ensino fundamental podiam conter 35% de lotação máxima. Por fim, o ensino infantil contava com 75% da capacidade.

Retorno presencial gerou vários impasses

Durante o mês de junho, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE) proferiu uma nota, ao Governo do Estado, solicitando o retorno presencial das aulas do ensino médio devido à facilidade de haver plágios em provas online, mesmo com as estratégias educacionais adotadas pelas escolas.

O documento faz referência a uma pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que expôs uma elevação de 10% nos índices de aprovação de estudantes do Ensino Médio, o que reflete nas "debilidades da avaliação digital", segundo o sindicato.

Vacinação de profissionais da educação

Até a segunda-feira (7), 50.118 profissionais da educação foram vacinados contra a Covid-19 em Fortaleza, refletindo em 98,43% do total de cadastros do grupo na plataforma Saúde Digital.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), os profissionais que, por algum motivo, ainda não foram vacinados na fase prioritária, deverão receber o imunizante a partir do critério etário atualmente.

O grupo havia garantido prioridade na 4ª fase da Campanha Estadual de Vacinação após decisão da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e dado início à vacinação no dia 29 de maio.