Pela primeira vez em Fortaleza, Zéu Britto canta o amor e o carnaval

Com o show "Zéu Britto Sem Concerto", multiartista traz na bagagem a defesa do amor enquanto instituição libertadora

Escrito por Antonio Laudenir , laudenir.oliveira@svm.com.br
Legenda: Zéu Britto é baiano, nascido em Jequié, lançou três discos: “Saliva-me” (2007), “Saliva-me Ao Vivo” (2012) e “Amor de Montar” (2016)
Foto: Julia Assis

A empolgação de Zéu Britto ao telefone é genuína. Com mais de duas décadas de dedicação às artes, transitando entre a música, teatro, cinema e poesia, o baiano de Jequié faz show pela primeira vez em Fortaleza. Um desejo antigo, confessa. Não ter tocado ainda no Ceará era motivo de indignação. "Agora é uma oportunidade maravilhosa. O espetáculo tá muito lindo e eu também queria levar uma coisa de fino trato, uma coisa realmente babadeira, de nível", se taca o multiartista a sorrir do outro lado da linha.

Na Capital, o cantor sobe aos palcos do Teatro Brasil Tropical e apresenta seu mais novo espetáculo-show, intitulado "Zéu Britto Sem Concerto". O aguardado encontro com o público cearense acontece no sábado (1º), às 20h. Na posse do inseparável violão, esse cronista das paixões chega na companhia da multi-instrumentista Natália Carrera (guitarra, bandolim, teclado e drum machine).

O projeto é obra de devoção ao verão e ao Carnaval. Nas palavras do poeta nordestino, é grito de liberdade e chamamento ao amor. Trata da história do pierrot triste que não consegue pegar ninguém. Ele precisa amar a si próprio para conseguir sobreviver. Assim, as canções ajudam o personagem a desvendar os mistérios do amor. A direção é de Cibele Santa Cruz e conta com a produção de Caio Bucker.

Positividade

O humor costura as interpretações. Porém, bebe por demais no clima do último disco do baiano, "Amor de Montar" (2016). O repertório do concerto inclui composições inéditas e homenagens a artistas inspiradores na trajetória como Caetano Veloso, Tom Zé e Novos Baianos. Ainda reserva espaço para uma nova geração da música brasileira. Casos de Rubel e A Banda Mais Bonita da Cidade.

Legenda: Com 20 anos de carreira profissional nas artes, Zéu leva em paralelo os trabalhos como ator e músico. Recentemente esteve em turnê no teatro com a comédia musical “Delírios da Madrugada”, que lhe rendeu 4 indicações ao “Prêmio do Humor 2019”. ​
Foto: Julia Assis

Zéu explica o significado de entoar o amor em tempos de tanto ódio, principalmente no contexto político. Cantar a folia e o bem querer também é se rebelar. "Foi um ano difícil politicamente. Como não me coloco muito nesse assunto, sinto que o que reverbera, no geral, é uma tristeza do povo quando se fala desse tema. Leva todo mundo prum estágio down. Aí chegou o Carnaval. Você não pode. É outra vibração. De melhora, transcendência, de amor mesmo. Esse show foi luva e mão, na hora certa", assevera.

O Zéu Britto roqueiro, metaleiro e das canções irreverentes dá lugar ao homem do violão, convicto na defesa da instituição amar. O show foi apresentado no Rio de Janeiro em quatro datas ao longo deste mês. Cada noite contou com as participações de artistas de sua estima. Cantou junto de Roberta Campos, Ícaro Silva, Letrux, George Sauma e Pedroca Monteiro.

Em Fortaleza, a cantora Lorena Nunes é a convidada especial dessa noite dedicada à liberdade e ao grito de Carnaval enquanto inspiração para dias melhores. Para o baiano de fala amigável, cantar o amor é uma benção.

Serviço

Zéu Britto Sem Concerto. Com Zéu Britto e participações de Natália Carrera e Lorena Nunes. Sábado (1/2), às 20h, no Teatro Brasil Tropical (Av. Da Abolição, 2323, Meireles). Ingresso: R$60 (inteira). Contato: (85) 3458-1900

 

 

 

 

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