Parceiros em 'Cine Holliúdy', Solange Teixeira e Carri Costa têm trajetória na comédia cearense

Antes da série da Globo, atores já dividiam os palcos e a militância pelas artes cênicas há 15 anos. A dupla segue para o Rio de Janeiro para temporada da comédia "Tita & Nic"

Escrito por Rômulo Costa , romulo.costa@verdesmares.com.br
Legenda: Experientes no teatro, os atores cearenses farão temporada no Rio de Janeiro com a comédia "Tita & Nic"
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

Já são 15 anos juntos no teatro. É tempo suficiente para desenvolver uma afinidade no palco que permite algumas liberdades. Às vezes não precisam de ensaio; noutras descobrem o que o outro fará em cena em apenas um olhar. Sem sustos e com inclinação para o riso, Carri Costa e Solange Teixeira atravessam o tempo com a facilidade de fazer humor como parceiros ideais.

A conexão que os dois já traziam do palco ajudou na hora de alcançar os personagens Lindoso e Belinha da série "Cine Holliúdy", da Globo. "Logo na primeira leitura, as pessoas perceberam nosso entrosamento. Em cena, isso fica muito claro, não dá nem pra explicar", diz Solange, que até então não tinha dividido produção audiovisual com o parceiro.

Legenda: Dupla vive Lindoso e Belinha na série "Cine Holliúdy", da Globo

O teatro sempre foi uma casa para a dupla. Talvez, a "militância" pelas artes cênicas, como ambos definem, tenha sido o primeiro ponto de convergência dos dois atores cearenses.

A união parece que estava posta. Solange lembra que viu uma peça de Carri em um festival de teatro e pensou: "Esse cara combina comigo". Curiosamente, foi o que passava pela cabeça de Carri quando observava a atriz no palco. "Já era muito fã dela. Sabia que na primeira oportunidade que tivesse, chamaria a Solange para trabalhar comigo".

A chance veio quando uma atriz da comédia "Tita & Nic" não pôde viajar com a Cia Cearense de Molecagem, mantida por Carri, para uma temporada no Teatro São João, em Sobral. O ator não pensou em outra substituta. A parceria deu tão certo que o ator e diretor saiu de lá com a ideia de montar um espetáculo só para os dois.

Comédia

Foi assim que surgiu a comédia "Loucuras de Amor", cuja a mais recente temporada em Fortaleza foi encerrada em maio. No palco, Carri vive um mototaxista que está às voltas pelo fim do relacionamento com uma depiladora e resolve apostar na reconciliação. Só com esse espetáculo, os dois estão juntos há 11 anos.

Para Solange, isso tem uma explicação. "A gente faz comédia como uma coisa muito séria", atesta. É justamente esse compromisso, que antecede o riso da plateia, que o ator diz admirar em Solange. A atriz é descrita por ele como uma profissional disciplinada.

Por outro lado, ela destaca o espírito realizador de Carri. "Ele sempre foi um resistente. É uma pessoa de luta, que acredita no teatro. Tudo pode estar dando errado, mas o Carri faz a gente acreditar que vai dar certo", atesta.

Com essa energia realizadora e a recente projeção pela série global, a dupla de atores fará temporada no Rio de Janeiro, onde voltam ao espetáculo "Tita & Nic", dessa vez no Teatro Dulcina. A temporada começa no próximo sábado (8) e segue até o dia 30.

"Lá a gente vai perceber os resultados da série. O grau de curiosidade do público sobre o nosso trabalho vai nos dar um termômetro dessa repercussão", considera Carri.

A viagem foi acertada às pressas e não deu tempo de buscar apoio suficiente para a manutenção da companhia por tantos dias na capital fluminense. Por isso, os atores iniciaram uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar recursos.

É nesse movimento, traduzido por Carri como "amor ao teatro", que os planos dos dois se encontram. "A gente é muito apaixonado por aquilo que faz. Quando esse amor declarado de uma vida inteira se depara com outros atores apaixonados, o encaixe acontece", continua o ator.

Carri é um "lutador do teatro". É como a amiga e parceira o descreve. Do jeito simples de Solange, sem se ancorar no humor que lhe é simples. "Tudo o que eu acredito ele faz. Se eu estou em casa parada, ele está lutando. Sem ter ajuda de nada, mesmo assim ainda tem força para chamar outras pessoas pra trabalhar", diz e emociona o amigo.

Nessa hora ele se deságua num abraço ligeiro antes de se aprumar na cadeira e organizar os planos que caibam onde os dois querem estar. No teatro, claro.

+ Para colaborar com o financiamento da peça no Rio de Janeiro, acesse: bit.ly/TitaNicVakinha

 

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