Premiação da Mostra de Cinema de SP destaca as mulheres

Documentário premiado pelo júri traz a história da luta feminista na Revolução Sandinista

Escrito por Estadão Conteúdo ,

Com a cerimônia de premiação, encerrou-se ontem (31 de outubro), no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo (SP), a 42ª Mostra de Cinema. O público terá a oportunidade de rever ainda, ao longo de mais uma semana, os filmes premiados e as obras importantes que marcaram esta edição.

Formado, entre outros, pelos cineastas Ferzan Ozpetek e Sérgio Machado, o júri da mostra outorgou o prêmio "Bandeira Paulista" ao documentário "Las Sandinistas!", de Jenny Murray (Nicarágua/EUA). O longa metragem de 96 minutos reconstitui histórias de mulheres que lutaram na Revolução Sandinista. Nos anos de 1970, o conflito derrubou a ditadura de Somoza na Nicarágua. Face a um novo governo autoritário que está revogando grandes preceitos e conquistas da revolução, elas se reorganizam para manter acesa a chama da luta. 

Com o tema do empoderamento feminino na ordem do dia, o júri da Mostr,a embora predominantemente masculino, deu sua lição de civismo - e estética. O filme também levou o prêmio do público, na categoria de documentário.

Como "melhor ficção", o público da mostra elegeu "Cafarnaum" (Nadine Labaki). O filme oferece um retrato verista, na vertente de "Pixote - A Lei do Mais Fraco", da infância abandonada na capital libanesa. O júri internacional também atribuiu uma menção honrosa ao documentário brasileiro "Sócrates" (Alex Moratto), sobre a luta de um garoto santista de 15 anos contra a pobreza e a homofobia.

A Mostra também outorgou o Prêmio Petrobrás de Cinema a dois filmes selecionados pelo público. A ficção "Meio Irmão" (Eliane Coster), que também aborda o tema da homofobia, recebeu a verba de R$ 200 mil. A produção também levou a premiação da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine)

Também premiado, o documentário "Torre das Donzelas" (Susanna Lira) receberá R$ 100 mil e traz relatos inéditos da ex-presidente Dilma Rousseff e de suas ex-companheiras de cela do Presídio Tiradentes, em São Paulo, durante os anos duros da ditadura militar.
 

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