Pedagoga dá dicas para estimular a leitura com os bebês 

Escolher um livro que também agrade aos pais e narrar a história com criatividade são orientações válidas nessa interação  

Escrito por Felipe Gurgel , felipe.gurgel@diariodonordeste.com.br
Legenda: Integrante do Grupo Encantos e pedagoga, Carol Bittencourt costuma contar histórias e dá dicas sobre a prática
Foto: Foto: Mariana Parente

Envolver os bebês em torno dos livros pode ser um grande desafio. No começo da vida – sobretudo durante a metade inicial do período da primeira infância (de 0 a 7 anos), os pequenos têm muita energia e o crescimento do bebê se dá de forma sensorial, estimulando o desenvolvimento corporal. A fase oral, nos primeiros 2 anos, também é intensa. 

Nesse contexto, para incentivar o hábito da leitura, os pais podem seguir algumas dicas, segundo a contadora de histórias e pedagoga Carol Bittencourt. Para ela, os cuidadores precisam, em suma:

1) reduzir as expectativas: o bebê vai se desconcentrar, provavelmente; 2) escolher um livro que também agrade o adulto; 3) Ao contar a história, que os pais se envolvam no que estão lendo; 4) observar se o livro traz uma narrativa, imagens bem trabalhadas, evitando edições “aleatórias”; e 5) ler em horários variados: o hábito é saudável para envolver a criança a qualquer momento.  

Conforme a pedagoga, escolher um bom livro para a criança é fundamental. "Aqueles livros que trazem só as primeiras palavras, texturas, brinquedos, normalmente são simplórios. Não trazem significado algum e não constroem enredos para as crianças”, orienta a pedagoga.  

O termômetro para que os pais percebam se o livro é bom, também para o bebê, é o próprio crivo dos adultos. "O livro precisa ter uma narrativa. Ainda que sejam livros só de imagens, mas têm todo um pensar. Se o pai passa página por página e não vê sentido, não será um bom livro pra idade nenhuma”, alerta Carol.  

Horário 

Indagado se o momento de dormir é diferenciado para envolver os bebês na leitura, a pedagoga sugere que a demanda de cada família é particular. No caso dela, como mãe de Ana, 1 ano e meio, Carol Bittencourt nunca conseguiu ler para a filha antes de dormir.  

"Aqui em casa, funciona muito bem na hora de brincar também: uma hora ela escolhe um brinquedo de encaixe, outra hora um livro. Quando eles estão mais velhos, há mais tranquilidade pra ler antes de dormir”, observa.  

Sugestão 

Sobre os temas que interessam aos bebês, Carol percebe que a própria realidade da criança pode ser um tema instigante para a leitura. "Os primeiros livros que eu li pra Ana falavam de maternidade, sobre bebês que estavam dentro da barriga, o olhar do filho com a mãe. Hoje, ela tá bem envolvida com o mundo dos bichos. A vaquinha, a galinha”, conta a pedagoga.  

Ela reconhece que o adulto, no papel de mediar a leitura, precisa ser criativo e até usar, em algum momento, o próprio livro como brinquedo. "Tem um livro que ela gosta bastante. Normalmente é mais apropriado pra criança mais velha. Como conheço o livro, me escondo atrás dele, escondo a Ana. Tem sido bem prazerosa essa construção”, revela. 

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