Opinião: Novo "O Rei Leão" traz experiência visual única e emoções diferenciadas do original

Live-Action da história lançada pela Disney em 1994 chega aos cinemas nesta quinta (18); confira crítica com spoilers

Escrito por Mylena Gadelha , mylena.gadelha@diariodonordeste.com.br
Legenda: As cenas entre Mufasa e Simba, com claras referências às relações paternais, são umas das mais emocionantes do longa
Foto: Foto: divulgação

As adaptações em live-action para clássicos dos desenhos parecem ter ganhado um destaque imensurável nos últimos anos. No entanto, nenhuma repercussão se compara ao anúncio oficial do no formato para "O Rei Leão", lançado originalmente pela Disney em 1994. O que poderia ser apenas mais um na lista entre já lançados, ganhou peso justamente por conta da história de Simba. O pequeno leão ganhou o coração de crianças e adultos há cerca de 20 anos, quando arrecadou mais de 960 milhões de dólares.

Dessa vez, sob a direção de Jon Favreau (Mogli: O Menino Lobo) e com dubladores de peso na versão original, como a cantora Beyoncé e o ator Donald Glover, o reencontro dos fãs com o conto na savana africana não poderia ser mais realista. No entanto, talvez seja esta chamada hiper realidade, na qual o espectador se sente quase parte de um documentário sobre a natureza, a característica capaz de retirar um pouco da mágica presente na relação tão bonita entre Mufasa e Simba, pai e filho. 

O deslumbre e a vivacidade da selva estão em cada cena, não há como negar. Além disso, também não se pode dizer que não existe uma alma no filme, mesmo com uma certa falta de expressões nos animais. Completamente fiel à história original, inclusive com cenas idênticas, Favreau aposta em outros meios para emocionar e até mesmo a nostalgia simples se encarrega do resto do trabalho. Desde os momentos iniciais com "O Ciclo da Vida" até o reencontro de Simba consigo mesmo (a cena capaz de me fazer derrubar lágrimas incontroláveis dentro da sala de cinema), tudo é minucioso e belo de acompanhar.

Na necessidade de uma expressão, não existem meios para fugir: é uma verdadeira experiência visual. Desde a diversidade de vida presente na África, mostrada em meio aos animais comandados por Mufasa, até a percepção das cores em tela, retratadas nas características de uma terra mais árida, esta talvez seja a parte mais diferente do visto anos atrás. É algo novo, sem dúvidas. Caso o apego do leitor desta resenha ao desenho seja, de fato, imenso, a recomendação é abrir o coração para ver um material único e até mesmo controverso para alguns.

Legenda: O incômodo talvez fique por conta de uma certa falta de expressão dos personagens, obstáculo que é vencido pela nostalgia
Foto: Foto: divulgação

Detalhes únicos

Citando os paralelos em relação ao original, Timão e Pumba continuam sendo um dos pontos altos do filme. A interpretação de ‘Hakuna Matata’ arranca sorrisos e cumpre bem o papel de amenizar os acontecimentos pesados do primeiro ato do longa. A relação entre o javali e o suricate é o fio condutor que leva Simba a uma realidade feliz e, ainda assim, também é responsável por fazê-lo entender a importância da família.

Legenda: É possível ver o crescimento de Simba por meio do momento em que ele conhece Timão e Pumba
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Enquanto isso, a lista de canções icônicas desfiladas nas duas horas do filme são a chave para entregar o coração ao final. Os destaques, claro, continuam sendo a própria "O Ciclo da Vida" e "Nesta Noite o Amor Chegou", compostas por Elton John e Tim Rice. No entanto, "Spirit", desenvolvida especialmente por Beyoncé, também emociona. É a hora certa de preparar o corpo para os arrepios e o lacrimejar entre os óculos da sessão 3D.

No fim das contas, entender a força da relação paternal e o papel de cada um no mundo continua sendo o trunfo de uma história que, a partir de agora, também poderá ganhar as novas gerações.