“Nunca imaginei”, diz cearense que performou no Rock in Rio como deusa hindu para 120 mil pessoas

Alinne Madelon apresentou-se no Palco Sunset e participou do show da banda paulistana Torture Squade

Escrito por Roberta Souza , roberta.souza@svm.com.br
Legenda: Alinne Madelon como deusa Kali, no Palco do Rock in Rio. A maquiagem da cearense ficou por conta de Kátia Ferreso e Carol Carvalho
Foto: Foto: Caike Scheffer

Com o corpo inteiro pintado de azul e um colar de caveiras pendurado no pescoço, a cearense Alinne Madelon, 31 anos, transformou-se na deusa hindu Kali em sua primeira apresentação no Rock in Rio. A performance abriu o show da banda paulistana Torture Squad, na última sexta-feira (4), e atraiu os olhares de 120 mil pessoas, de acordo com a organização do festival.
 
“Estar no Palco Sunset do Rock in Rio, um dos maiores eventos da América Latina, é algo que nunca imaginei. Levar a dança, representando o Ceará e a força feminina, na figura de uma deusa tão forte como Kali, é o que vale a pena”, disse Alinne dois dias após a apresentação.

Legenda: Alinne Madelon encara a vocalista da banda Torture Squad, Mayara Puertas
Foto: Foto: Caike Scheffer

O contato da cearense com a vocalista da banda Torture Squad, Mayara Puertas, vem desde 2009. As duas se aproximaram por questões profissionais. Em Fortaleza, Alinne é vocalista do grupo de heavy metal The Knickers e professora de Tribal Fusion, uma fusão de danças étnicas e seus arquétipos com a linguagem das danças modernas. As afinidades acabaram fortalecendo o vínculo de amizade. 

“Por acompanhar o meu trabalho com a dança, a Mayara me convidou para performar Maha Kali no vídeo Bloody Sacrifice, em março de 2019. Após a gravação do vídeo, ela comentou que haveria uma possibilidade de levar essa apresentação para o Rock in Rio, mas nada confirmado. A confirmação só veio meses depois”, contextualiza.

Alinne explica que a deusa Kali “é uma deusa guerreira, que representa a força feminina e a desconstrução de um mundo para a construção de algo melhor. A representação dela dialoga com o íntimo das mulheres, no que diz respeito a desconstrução pessoal para a renovação de uma nova vida”.

Ainda segundo a cearense, a letra da música “Bloody Sacrifice”, escrita por Mayara Puertas, fala sobre as lutas da deusa guerreira contra demônios, além de sua história na mitologia hindu, o que dialoga com a proposta musical da banda. Ela também performou durante essa canção no show.

Para a apresentação, Alinne pesquisou muito desde março deste ano sobre o arquétipo da deusa, estudou a dança indiana clássica e fez um trabalho de fusão para aplicá-la ao Tribal Fusion. 

“Quero que as mulheres se espelhem em mais performances como essas”

Agora, de volta à terra natal, a cearense já tem show programado com a banda The Knickers, composta por ela, Paloma Marília, Alessandra Castro, Tina Paulo e Crislaine Sousa. O grupo tem apresentação gratuita marcada para o dia 26/10, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB).

Elas também acalentam o sonho de levar o trabalho feito aqui desde 2007 para grandes festivais. “Nosso objetivo é fortalecer e empoderar as mulheres dentro do rock, da dança e da vida. O Rock in Rio seria a consequência de toda uma trajetória. São 12 anos de banda. Se acontecesse seria incrível”, avalia.

Legenda: Desde maio de 2019, Alinne vinha se preparando para a performance
Foto: Foto: Caike Scheffer

Apesar da exposição importante que seu trabalho teve com essa performance, ela acredita que a representatividade feminina em eventos como esse pode ser maior. “Nossa representação é necessária, somos quase metade do planeta. Quero que as mulheres se espelhem em mais performances como essas e acreditem que são capazes de estar onde quiserem, que ocupem esse e muitos outros espaços de relevância!”, finaliza.


Serviço

Show The Knickers. Dia 26/10, às 18h, no CCBNB (R. Conde d’Eu, 560 - Centro). Gratuito. 

Contatos para agendar aulas de Tribal Fusion com Alinne Madelon:
alinnemadelon@hotmail.com / (85) 98933-1924

Assuntos Relacionados