Mais 'aprumado', 'Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral' mostra amadurecimento da sequência

O filme, que avançou no enredo e em questões técnicas, mostra um protagonista encarando o sonho de fazer cinema sem recursos. A produção foi apresentada à imprensa nesta terça-feira (12)

Escrito por Rômulo Costa , romulo.costa@verdesmares.com.br
Legenda: No segundo filme, o protagonista Francisgleydisson assume o desafio de fazer ficção científica em Pacatuba

Francisgleydisson está de volta e agora expande os negócios, embora ainda atue no ramo dos filmes. O atormentado dono de cinema do interior cearense, que se vê às voltas com a chegada da televisão, faliu de vez e retorna em "Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral" como um ousado cineasta. Sem dinheiro e com muita criatividade, o desafio é produzir um filme de ficção científica, tendo os moradores de Pacatuba, cidade da Região Metropolitana de Fortaleza, como elenco. O filme, que estreia nos cinemas no próximo dia 21, foi apresentado à imprensa na noite desta terça-feira (12).

"Ô, povo feio das orelhas grandes", diz a música na voz do humorista Falcão, que dá o tom irreverente do segundo filme da sequência. Com enredo mais bem amarrado, a nova empreitada do cineasta cearense Halder Gomes ganha agilidade e consegue divertir o público com uma obra mais madura e um humor que não circula somente entre estereótipos.

Ainda se amparando na peculiridade da fala dos cearenses, o novo filme avança quando desenvolve uma trama mais elaborada. Se o primeiro Cine Holliúdy tinha como mote um Francisgleydisson aperreado com a necessidade de fazer dar certo um cinema no interior cearense, o segundo aparece com um protagonista perseguindo o sonho de se tornar cineasta com baixo orçamento e alguns percalços no caminho.

Diferentemente da primeira experiência, este surge com vilões bem demarcados e sem apelar para cenas dramáticas, além de não incorrer em uma comédia que fica apenas na linguagem. Halder chega a flertar com a crítica política, faz referência à Operação Lava Jato, e demonstra na figura do prefeito Olegário (Roberto Bomtempo) e da sua escolhida sucessora, Justina Ambrósio (Samantha Schmütz), a alegoria de gestores que viram as costas para a cultura e não se intimidam em limar os adversários em troca do poder. A obra também melhora no figurino e nos efeitos visuais.

O humor de Falcão, Bolachinha e Haroldo Guimarães voltam às telas e ganha o reforço de não-cearenses. É o caso dos atores Milhem Cortaz e Gorete Milagres, conhecida por ter vivido a personagem Filó, que se insere na trama como a sogra de Francisgleydisson.

Acumulando experiência do gênero comédia, como o "Shaolim do Sertão" e "Os Parças", Halder volta para aos cinemas mais "aprumado", como os personagens poderiam descrevê-lo. Com boas soluções e risadas, "A Chibata Sideral" reanima o pública em torno de Cine Holliúdy e dá ainda mais fôlego para a sequência.

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