Maria Camila Moura e Silvânia Vieira debatem sobre a saúde mental da mulher no Conexão SVM

Nesta terça (10), às 19h, a psicóloga e a ativista se encontram para discutir o tema, com mediação da jornalista Gabriela Dourado. O encontro acontecerá no espaço Conexão SVM (Shopping RioMar)

Escrito por Felipe Gurgel , felipe.gurgel@svm.com.br
Legenda: A ativista Silvânia (à esquerda) e a psicóloga Maria Camila participam do debate, pela programação do "Terça da Conexão"
Foto: Fotos: Helene Santos/Divulgação

A determinação em direção à cura de um câncer tornou pública a trajetória de vida da psicóloga Maria Camila Moura (31). Cearense, ela ficou conhecida via Instagram, enquanto compartilhava o andamento do tratamento de um nódulo maligno na mama, descoberto aos 26 anos de idade. Com o apoio de amigos e familiares, Camila procurou ressignificar um caminho (normalmente) doloroso ao lidar com as sessões de terapia pela cura da doença.

A psicóloga buscou ver todo o processo de uma maneira mais expansiva, descobriu na alegria uma força pela reabilitação da própria saúde, e hoje ela envolve essa bagagem na sua experiência ao acolher as questões do outro.

"A experiência de cura toca todas as esferas da vida, não somente como psicóloga, mas na integralidade de minha humanidade. Saber da nossa impotência, diante do adoecimento, e da nossa potência, diante de um tratamento extremamente desgastante, me relembra a complexidade e pequenez inerente ao ser humano", reflete Camila.

Ao lado da ativista Silvânia Vieira, do Movimento de Mulheres Orquídeas, e com mediação da jornalista Gabriela Dourado (Sistema Verdes Mares), a psicóloga debaterá o tema "Saúde Mental da Mulher" nesta terça (10), a partir das 19h, no encontro "Terça da Conexão", no espaço Conexão SVM, no Shopping RioMar Fortaleza (Papicu). O acesso é gratuito e está sujeito à lotação do local.

Questões

A partir do tema, Maria Camila olha algumas questões comuns à fala de mulheres que a procuram para cuidar da mente e dos sentimentos, na clínica. A psicóloga observa como a saúde mental é influenciada por determinantes sociais e, nesta posição, a mulher normalmente se encontra em um lugar de desvantagem.

A mulher possui salários mais baixos e se encontra em situação de maior vulnerabilidade, sendo vítima frequente de diversos tipos de violência (física, sexual, psicológica...). Nossa luta por direitos iguais tem trazido bons frutos, mas ainda temos muito que melhorar. Ainda naturalizam como 'papel da mulher' coisas que não deveriam possuir recorte de gênero, como as tarefas domésticas", destaca.

Camila acrescenta que o sofrimento psíquico feminino ainda envolve pressões para se responder aos "padrões de beleza" (vinculados à cobrança para ter um corpo 'perfeito'), o cansaço por ter que conciliar trabalho e vida doméstica, dentre outras tensões.

Pesquisa

Hoje, Maria Camila se dedica à pesquisa do Doutorado. Vinculada à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), a investigação também envolve a saúde da mulher e toca na história recente da psicóloga. Ano passado, ela consolidou essa memória com o lançamento do livro "Da Lama nasce o Lótus".

E para a pesquisa atual, um desdobramento de seu trabalho no Mestrado, Camila tem levantado dados sobre o comportamento dos usuários das redes sociais virtuais e observado como a interação nesses canais pode afetar a saúde mental das pessoas.

"Em um segundo momento, iremos fazer o recorte mais específico, (com) usuárias de rede sociais virtuais que são diagnosticadas com câncer de mama", complementa.

Serviço
Terça da Conexão

Encontro com debate sobre a "Saúde Mental da Mulher". Nesta terça (10), às 19h, no Espaço Conexão SVM, no piso L2 do Shopping RioMar Fortaleza (Rua Des. Lauro Nogueira, 1500, Papicu). Acesso gratuito, sujeito à lotação do espaço. Contato: (85) 3066.2000

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