Longe dos palcos, Rita Lee se reafirma como protetora dos animais: 'Minha bandeira sempre foi essa'

Dedicada aos livros, Rita Lee fala da relação com os animais que motivou o seu retorno à literatura infantil

Escrito por Rômulo Costa , romulo.costa@verdesmares.com.br
Legenda: A defesa dos animais e a música sempre se cruzaram na vida da cantora paulista, que agora se dedica à literatura
Foto: FOTO: GUILHERME SAMORA

Antes mesmo de se reconhecer como roqueira, Rita Lee já se percebia como defensora dos animais. A causa dos bichos acabou cruzando a carreira da cantora, que sempre se colocou contra rodeios, vaquejadas, zoológicos e circos com bichos como atração.

Hoje, aposentada dos palcos, a militância pelo bem-estar dos bichos assumiu ainda mais relevância na vida de Rita. Em entrevista por e-mail ao Diário do Nordeste, a cantora fala sobre o encontro e a despedida com Marsha/Rowena, a relação com os bichos e a literatura e a expectativa para a transferência dos ursos Dimas e Kátia, do Ceará para São Paulo.

Por que agora você decidiu voltar a escrever para crianças?
Foi por causa da emocionante e trágica vida da ursa Rowena antes de ser resgatada. Percebi que escrever a história dela para crianças, conscientizando sobre os maus-tratos a animais, seria necessário. E agradeço por cada espaço que consigo na mídia para poder falar sobre a urgente causa animal.

Como elas recebem o livro?
As crianças de hoje, que eu chamo de "índigo cristal", estão preparadas para conhecer uma história verdadeira. E a história da ursa Rowena não é um conto de fadas. Elas estão adorando e muitas escolas já encomendaram o livrinho.

Como foi a ligação entre você, Luisa Mell e Brigitte Bardot em torno da história de Rowena?
Fiquei sabendo da história de Rowena através de Luisa Mell, que cuidou do translado dela para o Rancho dos Gnomos e Brigitte acompanhou a saga de longe, torcendo para que tudo desse certo. E deu. Tanto Luisa quanto Bardot são as maiores defensoras dos direitos dos animais.

Legenda: Rita Lee em visita à ursa Rowena no Rancho dos Gnomos, em São Paulo, em junho deste ano
Foto: FOTO: GUILHERME SAMORA

O ativismo pelos animais ganhou ainda mais espaço na sua vida?
Desde que me conheço por gente, minha bandeira sempre foi essa. Agora que estou aposentada dos palcos, tenho mais tempo para me dedicar à causa.

Como foi a visita à ursa Rowena e como você recebeu a notícia da morte dela?
Rowena passou a vida toda apenas servindo de distração para os humanos e foi muito abusada. Quando fui visitá-la no Rancho dos Gnomos, ela estava feliz e livre num espaço grande, num lugar magnífico. Ela esperou ser homenageada para partir. Meu coração chorou muito quando ela se foi... Mas os dez meses finais foram de amor, de carinho e de cuidado.

A irmã dela, Kátia, e o urso Dimas vivem em Canindé (CE) e também serão resgatados. Você também acompanhou esse caso?
Sim, estamos aguardando apenas a liberação de um avião para poder resgatá-los. Dimas e Kátia vão ter a oportunidade de viverem dignamente, inclusive o recinto deles no Rancho dos Gnomos já está pronto. Torcendo aqui e rezando a São Francisco para que tudo corra bem.

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