Espetáculo "Se ela Dança, eu Canto" mistura improviso, arte e interação com a plateia

O ator Ricardo Guilherme e a bailarina Silvia Moura estrelam a peça que mescla linguagens artísticas, com texto criado juntamente com os espectadores

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Legenda: Os artistas cearenses Ricardo Guilherme e Silvia Moura celebram no palco os marcos das carreira dos dois
Foto: Paulo Winz

Criatividade e cocriação. São essas as palavras-chaves que guiam o espetáculo "Se ela Dança, eu Canto", estrelado por Ricardo Guilherme e Silvia Moura, em exibição durante as quintas-feiras de fevereiro, no Teatro Dragão do Mar. A apresentação também comemora os 50 anos de carreira do ator e também os 45 da bailarina.

A montagem, planejada desde 2017, reúne diversas linguagens artísticas no palco como a música, a dança, a poesia e a performance corporal. Tudo interpretado no improviso pelo elenco a partir de um 'roteiro' criado em parceria com a plateia. Os espectadores são convidados a apresentar uma temática que vai ser desenvolvida por meio do canto e da dança, portanto, a cada exibição uma nova narrativa é contada.

"A partir dessas pautas, eu vou ler esses fragmentos, vamos dramatizar, improvisar, relacionar com músicas, e Silvia também vai criando o texto, dançando com as palavras", explica o dramaturgo.

Novidade

Para Ricardo, a proposta é um desafio, já que o ator está acostumado a seguir um roteiro prévio. "Aproveitei a data para me desafiar. Nesse espetáculo, eu canto, danço, crio. Tenho que interligar a temática com o que vou falar", conta.

Com o público como parceiro e coautor, Ricardo explica que "é uma tentativa de fazer um espetáculo aberto, não sabemos qual o cardápio. Vamos misturando os molhos dos nossos sentimentos, o fermento da emoção e o fomento da razão".

A surpresa do que pode surgir os instiga no palco. O ator lembra de um participante que levou uma lista de compras com preços, "começamos a criar uma cena louca sobre o desemprego no Brasil, a alimentação industrializada.

O elemento surpresa também fica por conta de um artista, convidado previamente pela produção, para apresentar uma mostra de seu trabalho de ator, cantor, poeta ou bailarino, que vai interagir com Ricardo e Silvia.

Sintonizados no palco, a coreógrafa também destaca a gratidão de dividir a cena com Ricardo. "É um prazer e uma responsabilidade estar ao lado de um dos grandes mestres do teatro contemporâneo. O diferencial, para mim, é a união dessas duas experiências, da forma de se estar em cena", revela.

Assuntos Relacionados