Especialista recomenda banho de sol como forma de suplementar a vitamina D do organismo

Dermatologista indica horário, tempo e maneiras simples de suplementar a vitamina em tempos de quarentena. O banho de sol é essencial para manter a saúde, em especial das crianças e dos idosos

Escrito por Zilda Queiroz , zilda.queiroz@svm.com.br
Legenda: <MC><CW-50>Quando não é possível receber os raios solares no corpo todo, a exposição das extremidades já ajuda na absorção dos benefícios
Foto: Gabi Dourado

Manter a produção de vitamina D em todas as fases da vida é fundamental para reforçar o sistema imunológico. Mas, nesse momento, de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, mesmos os cearenses, que dispõem da substância natural o ano inteiro, estão enfrentando as limitações de circular em espaços públicos, incluindo as praias. O tradicional banho de sol, entretanto, indicado principalmente para crianças e idosos, não deve ser deixado de lado, levando em conta algumas considerações.

Para ajudar os pequenos e o público da terceira idade, que tem menor capacidade de produzir vitamina D, a dermatologista Hercília Queiroz apresenta dicas importantes de como aproveitar o sol sem sair de casa.

Segundo a especialista, nos prédios, com presença de muitos bebês e crianças abaixo de 2 anos, a orientação é para descer apenas um responsável, seja com criança ou idoso. Os demais devem permanecer em casa. "Isso pode ser feito sem apresentar grandes riscos de contaminação do coronavírus e de forma a preservar a saúde de todos em relação à vitamina D", destaca.

Legenda: O banho de sol para crianças e idosos é essencial para manter a saúde
Foto: Gustavo Pellizzon

Nos condomínios, nos quais o acesso às áreas de lazer esteja isolado, a forma mais simples e segura para garantir o banho de sol é abrir portas e janelas com vista para o nascimento do sol, nos horários entre 9h e 10 horas da manhã.

Feito isso, o recomendado é sentar a criança ou o idoso em um local confortável, onde seja possível contar histórias, montar uma brincadeira, ler, escutar alguma música. O ideal é que permaneçam ao sol entre 10 a 15 minutos, numa frequência de três vezes por semana.

A médica afirma que, a maior produção de vitamina D ocorre entre 9h e 15 horas. Isso coincide com o horário de pico para o risco de câncer de pele. "Portanto, de forma inteligente e prática, orientamos crianças e idosos à exposição rápida", diz.

Vale salientar a importância do uso de protetor solar nas áreas mais sensíveis, a exemplo da cabeça e do pescoço, ambas mais propensas ao câncer nos idosos. Quanto aos pequenos, se o banho de sol for em dias alternados e rápidos a dica é aplicar somente no rosto e deixar o sol banhar mãos, pernas, coxas e abdômen.

A Dra. Hercília lembra que essas são indicações gerais para o banho de sol adequado neste período de quarentena. Porém, o ideal é individualizar as recomendações, sempre respeitando o perfil, as condições de moradia, de saúde e as necessidades de cada um.

Diversas pesquisas apontam que a vitamina D têm se mostrado favorável na regulação da imunidade. "Porém, é importante deixar claro que não existem estudos relevantes na literatura, a ponto de se considerar a suplementação com vitamina D para prevenir a infecção pelo coronavírus", afirma Hercília Queiroz.

Legenda: Entre uma atividade e outra durante o confinamento, é importante destinar uns minutinhos para receber o sol
Foto: Gabi Dourado

A produção de vitamina D depende principalmente da interação com a radiação ultravioleta B, proveniente do contato dos raios solares com a pele. Ela também pode ser fortalecida de uma forma complementar com alimentos ricos na substância, a exemplo de peixes, óleo de fígado de bacalhau, leite, ovo, fígado bovino. O consumo de determinados itens, associados à exposição regular ao sol ao longo da semana, são fundamentais para que esse tipo de vitamina se mantenha em produção.

Por fim, a profissional orienta, "nesses banhos de sol é essencial proteger as áreas de risco para câncer de pele, principalmente, rosto, pescoço e orelhas. No caso dos idosos, evitar exposição na face e manter o uso de um filtro solar com fator de proteção de no mínimo 30 PFS".

Com muita responsabilidade diante dos riscos do coronavírus e do câncer de pele, é possível sim ficar em dia com sol. Afinal, o astro rei está sempre presente e é gratuito para todos. Só não devemos abusar deste benefício natural que, certamente, existe para somar à nossa saúde e ao nosso bem-estar.

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