Customização e reaproveitamento são as palavras da vez para montar fantasias de Carnaval

No próximo fim de semana, o Carnaval tem início e a produção para a festa pede muitas cores e brilho

Escrito por Redação ,
Legenda: Viseiras produzidas pela designer Beatriz Gondim, que fez do Carnaval um negócio
Foto: Fotos: Helene Santos

Começa a semana do Carnaval e o desejo de sair às ruas colorida, fantasiada e brilhando cresce a cada hora. Mas nem sempre é possível ter tempo ou dinheiro para investir em algo mais elaborado. Após alguns anos já curtindo a folia, Beatriz Gondim e Larissa Proença dividem dicas de como se produzir sem mexer tanto no bolso.

Fortaleza e as praias do litoral costumam receber centenas de foliões dispostos a curtir vários blocos. Isso significa muitas horas no calor, dançando e pulando até onde o corpo aguenta. Pensando nisso, Larissa prioriza produções que tenham como base os biquínis.

"Eu sempre escolho uma peça-chave, um cap (chapéu), ou uma hot pant (biquíni de cintura alta), e pego o que tem no armário. É mais essa parte de biquíni, até por Fortaleza ser muito quente, ninguém aguenta muita roupa", reforça a arquiteta que desde 2017 vem montando um verdadeiro arsenal carnavalesco.

Com apenas uns óculos, por exemplo, ela cria um personagem. Foi assim com a fantasia de Stevie Wonder ("tem coisa que é melhor não ver") e de Elton John ("óculos redondos e umas franjas"). É nessa brincadeira que a estudante de psicologia e designer Beatriz Gondim também elabora suas fantasias. Com elementos que já tinha em casa, montou um flamingo bem improvisado. Ano após ano, ele fica mais elaborado.

Legenda: A fantasia de flamingo nasceu no improviso em 2015 e, desde então, a estudante de psicologia, Beatriz Gondim incrementa a produção que usa todo ano

"No Carnaval de Fortaleza de uns cinco anos atrás, eu comecei a montar minhas fantasias no dia mesmo que eu ia sair pros blocos. Foi como nasceu a de flamingo, que uso todo ano. Eram coisas que eu já tinha e ia agregando", comenta.

A designer também recomenda olhar as peças do guarda-roupa usadas no dia a dia e que, dependendo da mistura, possivelmente se tornam um bom look carnavalesco.

"Você pode procurar tudo que tem cor, tudo que tem brilho para fazer uma base ou algum tema. Por exemplo, está muito na moda 'animal print'. Todo mundo tem no guarda-roupa alguma peça com estampa de oncinha. Já serve para uma base de uma fantasia de onça, ou tema selvagem, tropical, floresta... É só usar a criatividade", adianta.

Acessórios

Com toda essa dedicação para a produção dos looks, Beatriz enxergou a chance de começar a vender os produtos criados. "Eu via que a galera estava perguntando muito onde eu comprava, como fazia. Foi assim que surgiu a ideia das viseiras, elementos que a gente já encontra por aí e comecei a customizar para vender. Os caps são uma tendência que já vem dos festivais e eu tenho vendido muito neste ano", reforça. Na marca de roupas e acessórios, ela comercializa peças como brincos, colares, chapéus, ombreiras, luvas, biquínis e maiôs.

Larissa também acredita no poder dos acessórios para a transformação de qualquer look. "Todo ano, eu uso as mesmas peças como base e vou só complementando. Esse chapéu já uso três anos, mas a cada Carnaval ele é diferente. Vou acrescentando elementos", reforça a arquiteta.

Legenda: A arquiteta Larissa Proença customiza as peças para curtir a festa na rua, investindo em muito brilho na maquiagem e biquínis coloridos

A dica máxima é investir em tutoriais na internet e soltar a criatividade. "A principal sugestão pra quem quer customizar acessórios é ter um pouco de intimidade com trabalhos manuais, mas tem muito tutorial no YouTube, no Pinterest, não vou dizer que é superfácil, mas é possível. Muita cola quente, muita cola de silicone e fé no pai que o acessório sai", indica Beatriz.

Brilho

O protagonista de outros e desse Carnaval segue o mesmo: o glitter. Larissa investe no brilho como um diferencial na maquiagem: "A dica da maquiagem é o glitter, não tem como. Eu gosto de um estilo mais granulado para colocar no rosto. E uma sombra para dar um destaque".

Para a arquiteta, estar na rua brincando nesses dias de folia é mais do que diversão. "No Carnaval, todo mundo está na mesma energia, na mesma alegria, na mesma vibração. É um manifesto, todo mundo sai às ruas buscando alguma coisa. Estar junto, se permitir, transparecer aquilo que de fato se é".

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