Concerto Carioca nº 2, de Radamés Gnatalli, acontece nesta sexta (4), no Teatro José de Alencar

Banda Sinfônica da Uece apresenta espetáculo inédito hoje (4), às 20 horas, no TJA. O evento conta com a participação especial de três solistas

Escrito por Zilda Queiroz , zilda.queiroz@svm.com.br
Legenda: Um dos ensaios da Banda Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará (Uece) para a apresentação desta noite
Foto: Fernanda Quinderé

O Projeto Concertos, desenvolvido pela Banda Sinfônica da Universidade Estadual do Ceará - Uece, estreia hoje (4), às 20 horas, no palco principal do Theatro José de Alencar, com o Concerto Carioca nº 2, de autoria do compositor porto-alegrense Radamés Gnatalli. O evento terá a participação dos solistas cariocas Diogo Monzo, piano e Pedro Façanha, contrabaixo e do alemão David Krebs, bateria. A regência é de Márcio Landi, maestro responsável pela a adaptação do espetáculo para banda sinfônica e trio.

A obra escrita por Radamés Gnatalli, em 1964, foi dedicado ao Tamba Trio, o qual tinha o carioca Luiz Eça como pianista, arranjador e compositor. O recital é composto por um diálogo único entre as linguagens da música popular e erudita. Na programação, também serão apresentadas obras do músico e compositor francês Claude Debussy, Luiz Eça e Diogo Monzo.

Legenda: O solista Diogo Monzo é um dos convidados especiais do evento
Foto: IGOR GRIPP

Histórico

O músico, compositor e arranjador Luiz Eça notabilizou-se por ser uma das inovações mais originais do piano brasileiro, a partir dos anos 1950 no século XX. Aos 16 anos, cantando na noite carioca, ele teve a oportunidade de viajar para estudar no Conservatório de Música de Viena.

De volta ao Brasil, escreveu seu primeiro arranjo de cordas, mostrou ao amigo Radamés Gnatalli e fez o convite para regê-lo. A diferença de idade entre os dois era de 30 anos, mesmo assim, tinham a identidade musical muito clara. Por diversas noites, Luiz Eça ia ao encontro do amigo Radamés para aconselhar-se.

Em 1967, a dupla gravou o LP "Imagem Barroca", no qual lançou sucessos dos compositores jovens que surgiam tocando cravo. Ambos, com formação erudita, não viam barreiras entre os gêneros clássico e popular. A expressão da ideia se consolidou na ocasião das gravações contínuas. Radamés escreveu, então, o Concerto Carioca nº 2 para o Tamba Trio.

Confira no vídeo, ensaio da música "Segredos (Diogo Monzo) para o Concerto.

Além disso, o disciplinado Radamés compôs inúmeras peças antológicas, considerando a qualidade sonora brasileira. Já Luiz Eça se consagrou por meio da vanguarda do seu piano e dos arranjos sinfônicos para a música popular brasileira.

Os dois atravessaram o século XX com suas obras, atualmente estudadas nas universidades. Tornaram-se referência na contemporaneidade.

Um dos músicos convidados para o espetáculo em Fortaleza, Diogo Monza, é reconhecido internacionalmente e foi selecionado entre os top 5, no "Made in New York Jazz Competition". O solista também foi escolhido como um dos melhores instrumentistas de 2015 e 2018, pelo site "melhores da música brasileira". A lista de composições tem levado o artista a se apresentar pelo Brasil e em diversos países, a exemplo de Portugal, Itália, França, Estados Unidos e outros.

A qualidade musical do repertório selecionado para o Concerto Carioca nº 2 pode ser conferida logo mais, à noite, com a participação dos solistas, Diogo Monzo, David Krebs e Pedro Façanha.

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