Blocos de Carnaval fazem ações para arrecadar dinheiro

Rifas, venda de camisas e show estão entre as iniciativas para angariar fundos para ter condições de arcar com a estrutura das festas em espaços públicos

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Legenda: A banda do bloco Luxo da Aldeia realiza venda de camisas para arcar com os custos
Foto: Thiago Matine

Quem curte as festas do ciclo carnavalesco nem imagina toda a logística por trás da organização. Botar um bloco na rua exige tempo, dinheiro e bastante esforço. As iniciativas públicas existentes de apoio muitas vezes não são suficientes para dar conta do volume de projetos, por isso, alguns grupos de foliões realizam ações para arrecadar dinheiro.

O Luxo da Aldeia, por exemplo, atua há quase 15 anos fazendo a festa pelas ruas da capital cearense. A venda de camisas sempre foi algo realizado pelo grupo e é toda revertida para arcar com a estrutura do bloco. Matheus Perdigão, um dos organizadores, conta que, neste ano, também foram aprovados pelo edital de apoio da Prefeitura Municipal de Fortaleza.

A edição deste ano tem como tema "Um grito de carnaval, é um grito de liberdade". A programação deve ser divulgada nos próximos dias. Assim como nos outros anos, o repertório é composto por músicas carnavalescas de compositores cearenses, além das letras autorais do grupo .

Já o 'Pra Quem Gosta é Bom' realiza shows durante todo o ano e o dinheiro arrecadado é guardado para ser usado como parte do orçamento da estrutura do bloco. Outra ação realizada pelo grupo é a venda de tatuagens adesivas durante o período da folia e também foram contemplados com apoio do edital da Prefeitura.

Legenda: O bloco "Pra Quem Gosta é Bom" vende camisas personalizadas, com estampa produzida pelo designer cearense Zé Filho
Foto: Reconvexo Comunicação

O cordão criado em 2017 desenvolve camisa e neste ano teve o apoio do designer cearense Zé Filho, que idealizou a estamparia inspirada na música 'Bola de Cristal', da banda Baiana System, tema do bloco. A blusa traz elementos místicos e modernos.

"Temos que correr atrás de todos os detalhes, estrutura física, cotações. Existem muitas burocracias, além das despesas que são altíssimas. Palco, luz, som. Se a gente quiser fazer uma estrutura bacana, nós temos altos custos", afirma Marcos Romano, membro da organização.

Sorte foliã

A organização do 'É Só Isso Mesmo' realiza rifa de bebidas alcoólicas, além da venda de camisas e apoio da iniciativa privada. "A maior dificuldade sempre é a questão financeira, pois botar bloco tem um custo", explica Maurição Lima, um dos integrantes do bloco. Com agenda programada para os próximos domingos até o dia 23 de fevereiro, o repertório do bloco que sai em cortejo por ruas do Centro e da Aldeota é formado por marchinhas e frevos tradicionais.

O cordão Unidos do Morro mobiliza desde 1990 o bairro Moura Brasil e também está na venda de rifas para seguir a folia. As vendas começaram em outubro de 2019 com a oferta de camisas de surfe, ventilador e até cestas básicas. Além disso, o bloco também recebeu apoio financeiro da Prefeitura e da iniciativa privada. A agremiação funciona por meio da ação social da Escola Beneficente de Surf Moura Brasil com aulas de música, de línguas e de lutas. São os alunos, inclusive, que integram a banda do Unidos do Morro.

Legenda: Bloco das Travestidas recebe apoio da iniciativa privada
Foto: Saulo Roberto

Uma das iniciativas que leva a bandeira da diversidade sexual no Carnaval de Fortaleza, o Bloco das Travestidas volta em 2020 com um número maior de integrantes e com cinco shows programados. O grupo conta este ano com apoio financeiro da Prefeitura e da iniciativa privada. Mesmo com todos os esforços, Renata Monte, uma das organizadoras, conta que é muito difícil custear tudo dentro do orçamento.

Com o tema "A Cor dessa Cidade", a edição deste ano conta com a participação da banda Selvabeat, um grupo composto em sua maioria por mulheres. A escolha veio para promover ainda mais a diversidade.

inter@

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