Massagem relaxante, corte de cabelo, maquiagem e unhas são alguns dos serviços desenvolvidos pelos voluntários do projeto Estação-Estética sem Fronteiras. O grupo atua com crianças, adolescentes, adultos e idosos acolhidos em abrigos, além de hospitais e escolas públicas de Fortaleza.
A recente ação beneficiou as mulheres acompanhadas pelo Centro Humanitário de Amparo à Maternidade-Chama, localizado no Eusébio. Segundo a educadora e coordenadora do Estação, Mirtes Alves, esta é a primeira vez que a equipe levou um pouco de beleza e bem-estar para as abrigadas que vivem em situação de risco e um momento de transformação.
Algumas dessas meninas carregam no olhar, visivelmente perdido, a tristeza e a indignação de uma infância interrompida para dar vida a outra criança concebida por meio de atos abusivos, na maioria das vezes praticados por quem deveria protegê-las.
Em meio a esse turbilhão de emoções e descobertas, tanto para quem dá, quanto para quem recebe, é quase impossível medir o valor da doação. Segundo Mirtes, a ideia dos voluntários é oferecer para esse público, dentro do universo da estética, momentos de descontração que possibilitem a elevação da autoestima.
"Nosso objetivo é mostrar para a sociedade que a estética não pode ficar apenas no eixo do glamour, mas estar inserida na saúde coletiva e pública", completa.
A coordenadora do projeto relata ser muito prazeroso levar esses serviços para pessoas sem recursos. "Nossa moeda de troca é o abraço. As vezes voltamos para casa com lágrimas nos olhos, mas é o que a gente consegue fazer, e é o melhor que podemos levar para essas pessoas", descreve emocionada Mirtes Alves.
A ação do grupo que envolve serviços de estética e beleza vai muito além da higiene pessoal, de um corte de cabelo, fazer as unhas, passar um creme ou realizar os movimentos da massagem. Isso porque conforme a coordenadora, a importância do toque é a essência do projeto. Ou seja, o abraço ou mesmo um olhar carinhoso não têm preço.
Voluntários
"Quando postamos os trabalhos nas redes sociais fica tudo lindo, mas posso garantir que não é fácil reunir os profissionais para uma ação durante a semana, no fim de semana, ou em um dia de chuva. Além do mais, eles deixam de atender seus clientes, com retorno financeiro, para se doar de corpo e alma a uma situação, muitas vezes de risco", reconhece.
Além do up nos fios, na maquiagem, no desenho das sobrancelhas, spa das mão e dos pés, as gestantes receberam massagens aplicadas com cremes específicos às suas necessidades.
A esteticista Aparecida Ramos é uma das voluntárias desde o início do Estação-Estética Sem Fronteiras. Sua contribuição é no âmbito das massagens faciais e corporais.
Aparecida atua bastante a parte das mãos. "Essa é a maneira que encontrei de me aproximar delas. Durante o toque da massagem e de muita conversa, conquisto a confiança. Aí é o momento de pedir ou dar um abraço de acolhimento. Nesse trabalho, a gente recebe muito mais do que doa. Todo mundo deveria participar de alguma coisa nesse sentido, até para valorizar mais a vida", confessa.
Campanha
Com o objetivo de estimular as mulheres a narrarem e compartilharem suas próprias histórias, amplificando suas vozes sobre as conquistas, as angústias e as denúncias do dia a dia, o Sistema Verdes Mares promove, ao longo do mês de março, a campanha "O que as mulheres têm a dizer". Compartilhe sua história abaixo. O material será submetido a uma curadoria e pode se transformar em pautas jornalísticas. Ao fim do mês, este material será reunido em um caderno especial que será publicado pelo Diário do Nordeste. Nesta edição, todas as matérias serão escritas por mulheres.
Como participar da campanha
Envie relatos de conquistas, angústias, denúncias pelo whatsapp (85) 98802.4670 ou pelo site do Diário do Nordeste