Traficante escondia em casa fuzil furtado da PM

Escrito por Redação ,
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A arma estava enterrada e teve sua numeração raspada, além do cano serrado. O roubo aconteceu no QCG

Inspetores da Delegacia de Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil, apreenderam, ontem, um fuzil de calibre 7.62, modelo Mosquefal, furtado nas dependências do quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, nesta Capital, na madrugada do dia 8 de outubro do ano passado. Doze fuzis sumiram, misteriosamente, da sala de reserva de armas daquela Corporação e, até hoje, não foram localizados nem os ladrões identificados. A arma encontrada ontem, em poder de um traficante, pode ser a pista que as polícias Civil e Militar precisavam para esclarecer o fato.

A apreensão da arma ocorreu durante uma ação da equipe da Denarc no Conjunto Tancredo Neves, área de intenso tráfico de drogas em Fortaleza. Quatro pessoas foram presas durante a operação, que começou com uma ‘campana’, por volta de 7 horas, e terminou já quase ao meio-dia. Os nomes dos detidos durante a ação policial não foram divulgados.

Fontes da Denarc e da própria PM informaram, com exclusividade ao Diário do Nordeste, que os criminosos rasparam a numeração do fuzil, além de terem serrado parte do cano e da coronha. Um dos traficantes presos disse que a arma havia sido enterrada no quintal de sua casa por outro bandido. A Polícia está à procura deste acusado.

Até o fim da tarde de ontem, os quatro presos permaneciam na sede da Denarc, na Superintendência da Polícia Civil (Centro), prestando depoimento no auto de prisão em flagrante. O titular daquela Especializada, delegado César Wagner Maia Martins, informou aos repórteres do Diário que, somente na manhã desta quarta-feira, dará entrevista sobre o fato.

O furto dos 12 fuzis causou indignação ao governador do Estado, Cid Gomes; bem como, ao secretário da Segurança Pública e Defesa Social, delegado federal Roberto Monteiro. Na época, Monteiro chegou a afirmar na Imprensa que o episódio poderia ser um ato de boicote à sua administração.

´A teoria conspiratória da história deve ser a última a ser levada em consideração, mas a prudência nos leva a considerar isso como hipótese”, disse o secretário. “Esse tipo de fato preocupa muito a gente”, completou Monteiro.

Na época do furto das armas, vários episódios negativos envolvendo a Polícia Militar foram registrados no Estado, entre eles, a descoberta de um suposto grupo de extermínio formado por civis e policiais militares, fato que resultou na prisão de vários PMs.

Inquérito

O Comando da PM determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso. Mas, depois de seis meses, os autos chegaram às mãos do Ministério Público sem apontar a autoria dos furto, bem como, o paradeiro das armas. Por conta disso, o IPM retornou ao Comando para novas diligências.

PROTAGONISTAS

Secretário ficou irritado e admitiu boicote na PM
Roberto Monteiro

O furto dos fuzis no quartel do Comando-Geral da PM irritou profundamente o secretário da Segurança Pública, Roberto Monteiro. Na época, ele chegou a admitir que o episódio seria uma espécie de provocação e um boicote à sua gestão.

Fernando Ribeiro
Editor

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