Tesoureiro do PCC será transferido para o CE

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@diariodonordeste.com.br

O Estado do Ceará deve voltar a ser responsável pela custódia de um dos tesoureiros da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). O juiz Fernando Antônio Pacheco Carvalho Filho decidiu pela transferência de Luís Fabiano Ribeiro Brito, o 'Baixinho', do Complexo Penitenciário de Presidente Venceslau, em São Paulo, para o Sistema Penitenciário cearense.

O réu nasceu no Ceará, mas morava há anos em São Paulo. Foi designado pela facção para comandar uma onda de ataques a veículos e prédios públicos cearenses, em 2015. Porém, acabou preso na primeira ação. Em março de 2016, a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) informou que Luís Fabiano havia sido transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.

De lá, foi transferido para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 'P2', no Estado de São Paulo, onde são custodiados os membros da cúpula do PCC. A decisão recente do magistrado cearense autoriza que o criminoso seja recambiado sob escolta e recolhido ao Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Legenda: Luís Fabiano Ribeiro Brito estava na 'P2' de Presidente Venceslau, junto com a cúpula do PCC

O relatório prevê também que o detento deve ser mantido na unidade durante análise do seu perfil e, em seguida, levado a uma penitenciário compatível, "com as cautelas legais contra fuga, para cumprir a pena que lhe foi imposta".

Perigo

O paulista foi preso em novembro de 2015, horas após incendiar alguns veículos que estavam apreendidos no pátio do 8ºDP (José Walter) e atacar a tiros o prédio da 3ª Cia do 6º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Montese. 'Baixinho' foi encontrado nos arredores de um shopping center, no bairro Parangaba.

Quando encontrado pela Polícia, o membro do PCC estava em um veículo BMW, modelo X1. No automóvel havia munições de calibre 380, compatíveis com as que foram utilizadas no ataque contra o prédio da PM. Conforme informações obtidas pela reportagem a partir de uma fonte do setor de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os planos do criminoso eram maiores.

Sob a condição de não ter seu nome revelado, o entrevistado contou que, o celular de Luís Fabiano foi vistoriado, após a detenção dele. No aparelho, foram encontradas conversas que revelavam uma série de ações criminosas a serem cometidas. Um dos objetivos do preso era causar prejuízo de, aproximadamente, R$ 8 milhões aos cofres públicos ao Estado do Ceará, com uma onda de ataques.

Levantamento

"O PCC tinha feito o levantamento das oficinas mecânicas que atendiam a veículos do Governo, para atear fogo nos estabelecimentos. Dezenas de viaturas seriam queimadas ao mesmo tempo. No celular dele também havia uma lista com nomes de policiais que deviam ser assassinados. Planejavam também fechar a BR-116 nos dois sentidos, para acentuar a sensação de caos na população. Ele tinha três imóveis aqui, incluindo uma casa de luxo e um flat na Beira-Mar", disse o servidor.

Pego de surpresa logo no primeiro ataque, Luís Fabiano teria dito à Polícia que estava no Ceará há poucos dias e havia sido vítima de um sequestro. A afirmação dele nunca foi confirmada.Acusado de atacar prédios públicos em Fortaleza, Luís Fabiano Ribeiro Brito era mantido em uma penitenciária federal, no Estado de São Paulo

 

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