Sessão especial debate a violência contra a mulher

Escrito por Redação ,
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A violência contra as mulheres foi o tema de uma sessão especial, realizada ontem à tarde, na Assembléia Legislativa (AL). Na ocasião, a coordenadora da União das Mulheres Cearenses (UMC), Maria Luíza Menezes Fontenele, destacou que é preciso chamar a atenção da sociedade para a violência praticada contra as mulheres no Ceará, onde 95 já foram assassinadas este ano, sendo 18 no Cariri. De 2001 a 2004, foram executadas 371 mulheres.

A maioria dos crimes ocorreu no Interior do Estado. Os agressores, em geral, são maridos ou companheiros que agem diretamente ou como mandantes. Como é o caso da estudante Monna Kyttia Silva Bezerra, 14 anos, assassinada com um tiro na cabeça, no último dia 1º, em Juazeiro do Norte, por Silvino da Silva Barroso, que está foragido.

O rapaz a teria pedido em namoro, conforme relata a mãe da vítima, Maria Aparecida Silva Santana. “Minha filha me contou que ele queria namorar com ela, mas ela não aceitou. Eu não sei explicar ao certo qual foi o exato motivo deste assassinato”.

Na sessão, foi ressaltado ainda o caso da empresária Ethel Angert, assassinada com oito tiros pelo marido Flávio Carneiro em 1992, em frente à Tok Discos, no Centro da cidade. “O processo está retido no Supremo Tribunal Federal não é enviado para o Ceará e o assassino ainda não foi punido”, diz Maria Luíza.

Segundo ela, apesar de toda a luta em defesa da mulher, os dados demonstram que a violência está se agravando. “O agravamento da violência tem raízes na crise da moderna sociedade produtoras de mercadorias”, justifica. “Os objetos de comércio são mais valorizados que as pessoas”, frisa.

Também participaram da sessão especial a titular da Delegacia da Mulher, Rena Gomes Moura, e a coordenadora do Fórum de Mulheres Cearenses, Beth Ferreira, e representantes de outros movimentos sociais.

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