Preso por 'Tragédia em Milagres' é condenado por outro crime

O único cearense detido por integrar a quadrilha que trocou tiros com a PM, há exatamente uma semana, foi julgado por posse ilegal de arma de fogo, crime cometido em 2016. Para a Polícia, ele integra um bando interestadual

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com,br

Três dias após ser preso por participar de uma tentativa de assalto a banco e por fazer reféns, Cícero Rozelir da Silva Caldas, de 34 anos, foi condenado pela Justiça a três anos de prisão, pela prática de outro crime, em 2016. Ele voltou para trás das grades em um dos episódios mais violentos da história do Ceará, uma operação da Polícia cearense que terminou com a morte de 14 pessoas (sendo seis reféns), que ficou conhecida como "Tragédia em Milagres".

O processo em questão estava concluso para julgamento desde maio deste ano, mas o juiz da Vara Única da Comarca de Barro (Município que fica a cerca de 28 km de distância de Milagres) proferiu a sentença somente na última segunda-feira (10), no primeiro dia útil após o caso de grande repercussão. Cícero Rozelir foi condenado por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e absolvido por posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

O cearense foi preso em flagrante portando uma espingarda e munições de calibres 32 e 38, no dia 16 de maio de 2016, no Sítio Riachão, em Barro, após uma denúncia anônima de que ele tinha matado um animal de outra pessoa.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) acusou Cícero Rozelir pelos dois crimes do Sistema Nacional de Armas, mas apenas um deles foi acatado pela Justiça.

O juiz ponderou que os "antecedentes são favoráveis ao acusado, eis que de acordo com as certidões acostadas aos autos não há nenhuma condenação com trânsito em julgado em desfavor dele" e definiu que a pena seja cumprida em regime aberto - o que não será possível devido à prisão em flagrante em Milagres. Também foi concedido ao condenado o direito de apelar em liberdade.

O advogado de defesa de Cícero, que pediu para não ser identificado, disse à reportagem que ainda não tinha sido intimado pela Justiça sobre a condenação e que desconhece a prisão do cliente em Milagres. "Não tenho contato com ele há muito tempo. Há cerca de um ano, ele me procurou para defendê-lo em outro caso, mas eu estava viajando. Sobre a vida pregressa dele, não tenho nada a dizer", afirmou.

Atuação

Para a Polícia cearense, Cícero Rozelir Caldas é um integrante de uma quadrilha interestadual, que praticou vários ataques a instituições financeiras no Nordeste. O cearense já tinha passagens por crimes de receptação, desobediência, corrupção ativa, crimes de trânsito, posse irregular de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e ainda foi autuado por organização criminosa e latrocínio, no trágico dia 7 de dezembro deste ano.

Na última ação do bando, a Polícia Militar se antecipou ao assalto das agências bancárias e trocou tiros com os criminosos. O confronto fugiu até da previsão da quadrilha. Oito assaltantes e seis reféns foram mortos. Cícero Rozelir foi detido nas buscas seguintes ao tiroteio, assim como dois comparsas, os sergipanos Robson José dos Santos, 36; e Sidney Wynne Santos, 25. Horas depois, cinco suspeitos de tentar facilitar a fuga do restante da organização criminosa também foram capturados, em uma abordagem policial.

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